O Boletim Focus do Banco Central trouxe piora nas projeções fiscais do mercado para 2023 e 2024. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 61,00% para 61,20%, ante 61,00% de um mês atrás. Para o próximo ano, o indicador passou de 64,20% para 64,50% do PIB, ante 63,90% de quatro semanas antes.
Para este ano, a mediana do déficit primário em relação ao PIB passou de 1,30% para 1,40%, contra 1,10% de um mês antes. O Ministério da Fazenda buscava entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, mas o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu em novembro que o déficit primário “provável” de 2023 deve ficar em torno de 1,32% do PIB. Segundo ele, pela metodologia do Banco Central, o déficit deve ficar entre 1,6% e 1,7% do PIB.
Com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para o governo quitar um estoque de cerca de R$ 93 bilhões em precatórios ainda neste ano, a estimativa do Focus para o déficit nominal este ano também piorou, de 7,90% para 8,30% do PIB, ante 7,60% de um mês atrás.Mercado prevê piora das contas públicas, segundo Boletim Focus do Banco Central.
Universidades federais criticam redução de orçamento
A redução de R$ 310,4 milhões no orçamento para instituições federais foi criticada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que representa 69 universidades federais.
O documento fala na “indignação com o orçamento” aprovado no Congresso Nacional e pede um acréscimo de, no mínimo, R$ 2,5 bilhões do Tesouro para garantir o funcionamento das universidades federais em 2024.
– Esses recursos são imprescindíveis para custear, entre outras despesas, água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes – diz trecho da nota.
A entidade fala que houve reuniões entre a Diretoria da Andifes e lideranças do governo federal e do Congresso Nacional para discutir o assunto, mas o valor final ficou menor que o montante conquistado em 2023, durante a PEC da transição.
2023: Preço de passagens aéreas nacionais ficou 35,24% mais caro
Entre os meses de janeiro e novembro de 2023, as passagens aéreas para viagens nacionais ficaram 35,24% mais caras, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Uma pesquisa da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgada em outubro também mostra que o preço médio das passagens atingiu o maior valor desde 2010, quando a análise passou a ser realizada. Em 2022, o preço médio das passagens entre cidades brasileiras era de R$ 669,12, este ano o valor médio é de R$ 741,47.
Um dos fatores que aumentam o preço das viagens de avião é a baixa oferta em um momento de alta demanda por causa das férias e das altas temperaturas, segundo o professor José Carlos de Souza Filho, da FIA Business School.
Outro item que encarece o valor das passagens aéreas, segundo o especialista em entrevista ao R7, é o aumento da cotação do querosene de aviação, que apresentou uma variação de 29,35%.
Há uma articulação do governo federal junto ao setor para que seja possível reduzir os valores das passagens aéreas. O ministro Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, acredita que em breve as passagens ficarão mais baratas.
– A gente tem buscado alternativas para poder diminuir o custo da passagem aérea e, automaticamente, soluções que possam fortalecer mais o consumidor final. Para termos preços mais acessíveis aos brasileiros, é necessário um esforço coletivo e um diálogo constante. Estamos no caminho certo e esperamos que mais brasileiros possam viajar nos próximos meses – disse.