Genial/Quaest: Para 55%, Lula não merece chance em 2026

Para 55% da população, o presidente Lula (PT) não merece mais uma chance como presidente em 2026. O resultado está presente na primeira pesquisa Genial/Quaest sobre a próxima eleição presidencial, divulgada nesta segunda-feira (13). A opinião é maioria tanto entre os homens (59%) quanto entre as mulheres (52%). Em contrapartida, são 42% aqueles que aprovam uma nova chance para o petista.

No critério por idade, a avaliação de que o presidente não merece um novo mandato é majoritária entre os grupos de 16 a 34 anos (57%) e de 35 a 59 anos (57%). No intervalo de 60 anos ou mais, a opinião foi expressa por 48% dos consultados, mesma porcentagem dos que apoiam uma nova chance.

Sudeste é a região com maior rejeição a um novo mandato do presidente, 63%, seguido pelo Sul (59%) e Centro-Oeste/Norte (58%). Na análise por escolaridade, a opinião contrária a uma nova chance é majoritária entre os que têm ensino médio completo ou incompleto (61%) e ensino superior incompleto ou mais (63%). A maior oposição na divisão por renda foi registrada entre os que receberam mais de cinco salários mínimos, 66%.

No grupo que considera dar mais um mandato para o presidente Lula, 86% avaliam o atual governo como positivo. Já naqueles que são contra uma reeleição do petista, apenas 11% avaliam a atual gestão como positiva.

O presidente tem apoio para um novo mandato no Nordeste (60%), entre os que estudaram até o ensino fundamental (54%) e os que recebem até dois salários mínimos (54%). Entre os que votaram em Lula no segundo turno da eleição de 2022, essa também é a opinião majoritária (74%).

A pesquisa Genial/Quaest realizou 2.045 entrevistas presenciais e tem margem de erro estimada de 2,2 pontos percentuais. A coleta ocorreu entre os dias 2 e 6 de maio, com brasileiros com 16 anos ou mais, em todos os estados.

 

 

 

Para Temer, Lula não tem vontade política de pacificar o país

 

O ex-presidente Michel Temer (MDB) adotou um tom de frustração em relação ao atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Estadão, o emedebista relatou que, no início do novo mandato petista, acreditou que Lula ia “dedicar toda a vida dele para tranquilizar o país”, mas que atualmente observa-se que há falta vontade do líder do Planalto para tal e também por parte da oposição.

-Houve um equívoco, uma distância entre a palavra e a ação. Eu achei [que] ele [Lula] faria uma espécie de governo de redenção nacional. Ele declararia: “Eu vou pacificar o país”, o que significa que você vai governar para todos os brasileiros. Não significa que não haverá divergência. Acabei de dizer no início da minha fala, você tem que ter oposição, divergência, tem temas que são delicados. (…) Eu acho que faltou talvez um pouco de vontade política de um lado e, de outro lado, como o Brasil já estava radicalizado, houve agressão de todos os lados – opinou.
Temer ainda analisou que, no Brasil, os governos sucessores tentam destruir os anteriores. Para o ex-presidente, Lula é quem mais divulga seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

– A oposição tem um sentido político, ou seja, se eu perder a eleição o meu dever é destruir aqueles que ganharam. No Brasil, nós temos a ideia de que cada governo que chega precisa destruir os anteriores. Tanto que o vocábulo herança maldita se incorporou ao vocabulário político do país. (…) Cada governo que chega, quando critica o governo anterior, não está ajudando a harmonia do país. Eu digo sempre: o presidente Lula vive falando do presidente [Jair] Bolsonaro. Ele é quem mais divulga o presidente Bolsonaro. Imagina se eu fosse fazer isso no meu governo, quando as pessoas me criticavam… E eu ficasse: “Mas a ex-presidente, a ex-presidente…” Eu não dizia nada. Eu ia tocando o governo – assinalou.

Questionado sobre como pode haver uma polarização em que só um lado consegue colocar pessoas na rua, Temer respondeu:

– Se Bolsonaro coloca tanta gente na rua, não se pode negar prestígio a ele. Agora, não se podem negar as circunstâncias em que Lula foi eleito. Teve a maioria dos votos, embora com pequena diferença. A circunstância de não ter colocado gente na rua não sei se é problema de organização, de simpatia. Colocar gente na rua não ganha eleição. Mas mostra prestígio.

 

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