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Nunes critica condenações do 8/1 e questiona julgamento no STF
Tarcísio recebe Silas Malafaia e Sóstenes em jantar sobre anistia
Por Janete
Publicado em 05/09/2025 17:28
Política

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou nesta quinta-feira (4), o Supremo Tribunal Federal (STF) por penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e acusou a Corte de falta de imparcialidade no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus envolvidos na trama golpista.

Ao citar o caso de Débora Rodrigues, conhecida como “Débora do Batom”, condenada a 14 anos de prisão por escrever “perdeu, mané” na estátua A Justiça, localizada em frente ao prédio do STF, Nunes afirmou que a punição não é compatível com a conduta.

– O vandalismo tem que ser punido de forma rigorosa. Agora, é óbvio que alguém que pegou um batom e fez uma pichação numa estátua, o que está absolutamente errado, não merece 14 anos de prisão – disse.

 

Débora foi uma das condenadas pelos atos espontâneos de 8 de janeiro de 2023.

Para reforçar o argumento, o prefeito de São Paulo fez uma analogia ao uso de medicamentos.

– Todo remédio, na dose exagerada, vira veneno. Até remédio você tem que ter a dose certa – disse, em conversa com jornalistas.

Nunes também questionou a imparcialidade do STF no julgamento do ex-presidente Bolsonaro e de outros sete réus acusados de participar da trama golpista após as eleições de 2022.

 

– Se você tem um julgamento imparcial, por que não deixa julgar com os 11 ministros? Por que julga com cinco? Um é advogado do Lula, o outro é inimigo do Bolsonaro, o outro foi indicado pelo Lula, ministro do Lula. Quer dizer, não tem imparcialidade nisso. Se não tem imparcialidade, vai ter justiça? Não vai ter. Podia até ter esse julgamento com os 11, aí tudo bem, a discussão seria mais ampla – afirmou.

A discussão sobre a anistia ganhou força nesta semana, quando começou o julgamento pela suposta trama golpista na Corte. No contexto da polarização em torno do projeto de lei da anistia, Nunes defendeu que o país precisa de pacificação.

– A nossa questão primordial é pacificar o país, essa é a palavra de ordem. Se a pacificação requer atuações para que vote a anistia, para que a gente compreenda alguns exageros que o STF tem cometido, inegavelmente, isso pode ser um caminho. Pode ser de direita, pode ser de esquerda, mas é inegável o que está acontecendo – afirmou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também vem reforçando o apoio à aprovação do projeto de lei. Ele esteve em Brasília para articular a adesão de aliados à proposta.

 

 

 

 

Tarcísio recebe Silas Malafaia e Sóstenes em jantar sobre anistia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu no Palácio Bandeirantes, na noite desta quarta-feira (3), o pastor Silas Malafaia e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

O encontro, promovido pelo chefe do Executivo paulista, aconteceu após Tarcísio voltar de Brasília, onde participou de negociações sobre um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Durante o jantar, os três teriam chegado à conclusão de que o benefício deve alcançar a todos que se tornaram réus no STF, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus que estão sendo julgados pela Corte ao longo desta semana.

 

– A única diferença que existe entre quem está nessa farsa de pseudogolpe é o tempo da condenação (…). Todos estão na mesma porcaria. Então, como é que é que dá anistia para um e não dá para outro? Então não vai dar para ninguém. Essa foi a conversa – declarou o pastor ao site Metrópoles.

Desde o início do julgamento de Bolsonaro, na última terça-feira (2), Tarcísio tem assumido o papel de defensor do ex-presidente; o que é visto por aliados como parte de uma estratégia para viabilizar sua candidatura à Presidência. Ele chegou a prometer que, se eleito, decretará um indulto para Bolsonaro como primeiro ato no cargo.

O jantar também serviu para alinhar detalhes da manifestação marcada para o próximo domingo, 7 de Setembro, feriado do Dia da Independência do Brasil, às 15h, na Avenida Paulista, em São Paulo.

O governador, que não compareceu à ultima manifestação na Avenida Paulista, deverá usar o ato para se aproximar ainda mais dos apoiadores de Jair Bolsonaro.

Sobre a participação de Tarcísio, Malafaia comentou que “cada um fala o que quer” e que o cenário político pode favorecer para que o evento seja ainda maior do que os anteriores.

 

 

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