A relação entre Washington e Brasília é tensa. Trump acusa o Brasil, sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de realizar uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, julgado por uma suposta tentativa de golpe em 2022.
Os tribunais brasileiros adotaram medidas “desproporcionais para minar a liberdade de expressão” e na internet, afirma um relatório anual sobre direitos humanos modificado pelo Departamento de Estado para acomodar as prioridades do presidente americano, Donald Trump, em política externa.
Além disso, bloquearam “o acesso à informação” em uma plataforma de redes sociais, queixou-se Washington.
Posteriormente, ordenou suspender o Rumble, porque essa plataforma de compartilhamento de vídeos, popular entre conservadores e a extrema-direita, se recusava a bloquear a conta do blogueiro Allan dos Santos, residente nos Estados Unidos e procurado por disseminar desinformação.
O governo brasileiro “minou o debate democrático ao restringir o acesso a conteúdo online considerado como ‘que mina a democracia'”, lamenta o relatório.
O texto afirma que o Brasil reprimiu “de maneira desproporcional a expressão dos partidários” de Bolsonaro, assim como de jornalistas e políticos, “muitas vezes em procedimentos secretos que careciam de garantias de devido processo legal”.
Segundo Washington, Brasília também reprimiu discursos que lhe eram “politicamente prejudiciais, argumentando que constituíam ‘discurso de ódio'”.
Entre os problemas de direitos humanos citados no relatório estão “execuções arbitrárias ou ilegais, tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, prisões ou detenções arbitrárias e graves restrições à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”.