O advogado norte-americano Martin De Luca, representante da Trump Media e da plataforma Rumble, criticou neste sábado a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação na plataforma X, De Luca classificou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como “má fé” e um ato de desrespeito à administração de Donald Trump, ocorrendo um dia após os Estados Unidos suavizarem tarifas comerciais sobre o Brasil. O advogado questionou os fundamentos apresentados para a detenção. Ele citou como “frágil” o argumento de que a residência de Bolsonaro, situada a 13 km da Embaixada dos Estados Unidos, representaria risco de fuga.
Segundo De Luca, a justificativa baseia-se em “geografia e especulação”, e não em evidências concretas de atos de obstrução ou plano de escape. Na decisão, Alexandre de Moraes apontou violação no uso da tornozeleira eletrônica e “elevado risco de fuga”. O magistrado mencionou a saída de aliados do ex-chefe do Executivo do país após condenações e a proximidade do condomínio Solar de Brasília com a representação diplomática norte-americana como fatores determinantes para a medida cautelar.
‘Tudo arquitetado’, diz irmão de Bolsonaro sobre prisão do ex-presidente
Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente Jair Bolsonaro, se pronunciou na manhã deste sábado (22), sobre a prisão preventiva do capitão pela Polícia Federal. “Coincidentemente dia 22. Tudo planejado, tudo arquitetado”, declarou. Segundo Renato, a operação foi “cirúrgica” para que a população não pudesse se manifestar. O irmão também classificou que o ocorrido é a “conclusão da injustiça” que acontece no país.
Segundo Renato, o presidente estaria sendo preso como “troféu”. Jair está na cede da PF em Brasília e a detenção não se trata de cumprimento de pena.
Em 11 de setembro, por 4 votos a 1, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A maioria dos réus foi condenada a mais de 20 anos de prisão em regime fechado. Apesar da definição do tempo de condenação, Bolsonaro e os demais não vão ser presos imediatamente. Eles ainda podem recorrer da decisão e tentar reverter as condenações. Somente se os eventuais recursos forem rejeitados, as prisões poderão ser efetivadas.
Na última sexta-feira (21), a defesa do ex-presidente havia pedido a Moraes, que o capitão cumpra a sua pena de 27 anos e três meses em casa. Os advogados argumentam que ele não teria condições físicas de ser encaminhado a um presídio comum, e que isso apresentaria risco a sua vida. “A situação de saúde do Peticionário já se encontra profundamente debilitada”, diz o texto. Também, no mesmo requerimento, a defesa avisa que pretende recorrer utilizando embargos infringentes ao STF sobre a condenação do ex-presidente.
Kassab: Prisão de Bolsonaro é medida severa e injusta
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é mais um “triste episódio nesta época tão turbulenta da política brasileira”. “Registro minha incompreensão por uma medida jurídica tão severa e injusta, especialmente quando sua saúde inspira cuidados”, disse Kassab em publicação na rede social X, neste sábado. O presidente do PSD também manifestou solidariedade ao ex-presidente.
Já o pastor
Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou vídeo neste sábado (22) com críticas à ordem de prisão preventiva expedida pelo ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (
STF). O líder religioso classificou a decisão como “injustiça” e “perseguição política”.
Malafaia argumentou que a prisão funciona como uma “cortina de fumaça” para desviar o foco de denúncias envolvendo o Banco Master. O pastor citou suposto envolvimento de familiares do magistrado com a instituição financeira. “Ele está desviando o foco da roubalheira do Banco Master”, afirmou na gravação.
O aliado de Bolsonaro contestou a legalidade do inquérito, sustentando que Moraes não poderia presidi-lo por se declarar vítima de um complô. Malafaia também criticou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, alegando que o militar sofreu coação e alterou o depoimento diversas vezes, o que tornaria o processo nulo.
Sobre a justificativa da prisão, que citou uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro como indício de risco, Malafaia negou a acusação. “Quer dizer que o Flávio convoca uma vigília de oração e Bolsonaro é preso? Convocar manifestação pacífica é motivo de prender o outro?”, questionou.
‘Prisão de Bolsonaro demonstra insensibilidade do Poder Judiciário’
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), também criticou há pouco, por meio das redes sociais, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pré-candidato à presidência afirmou que a detenção “demonstra insensibilidade do Poder Judiciário” diante dos problemas de saúde de Bolsonaro. “Ao ex-presidente e aos seus familiares, minha solidariedade. Triste Brasil!”, complementou.
Na rede social X, publicou que Bolsonaro, que já cumpria pena domiciliar, “foi preso mesmo tendo apresentado laudos que comprovam sua saúde em estado crítico”. “Todos sabem que a saúde do ex-presidente não é boa desde que ele foi vítima de uma facada”.
O pronunciamento do político paranaense vem em linha com as falas de outros governadores aliados de Bolsonaro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, disse que o ex-presidente é inocente e o tempo mostrará. Já Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, disse estar com Bolsonaro em mais esse desafio.
Na decisão deste sábado, Alexandre de Moraes apontou violação no uso da tornozeleira eletrônica e “elevado risco de fuga”, mencionando a proximidade da residência do ex-presidente com a Embaixada dos Estados Unidos e a saída de aliados do País.
Embaixada dos EUA diz que decisão de Moraes ‘expôs o STF à vergonha’
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou um comunicado criticando a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro neste sábado (22).
No texto, a representação diplomática afirma que “Moraes, um magistrado sancionado por violações de direitos humanos, expôs o Supremo Tribunal Federal a constrangimento e desgaste internacional ao ignorar princípios tradicionais de autocontenção judicial e ao politizar de maneira explícita o andamento do processo”.