Marco Aurélio: Operação da PF viola liberdade de expressão

Marco Aurélio Mello, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a operação da Polícia Federal (PF) contra empresários que defenderam golpe de estado em um grupo de WhatsApp atenta contra a liberdade de expressão. Ele explicou que não é um saudosista do regime militar nem de qualquer qualquer regime de exceção, mas destacou que viver em uma democracia também envolve lidar com pessoas que pregam contra ela. As informações são do portal Poder360.

– Para defender a democracia, não podemos colocar em terceiro plano a liberdade de expressão. Esses cidadãos sequer têm prerrogativa de serem julgados pelo STF – afirmou.

Ele disse que deseja viver em um Estado em que as ópticas diversificadas sejam respeitadas.

– Quero conviver em um Estado em que as ópticas diversificadas sejam respeitadas. Alguém pode preconizar uma revolução. Temos que ver a ressonância – falou.

A operação da PF ocorreu após uma reportagem do site Metrópoles apresentar prints que seriam de conversas de grandes empresários brasileiros em um grupo de WhatsApp. De acordo com o colunista Guilherme Amado, entre os empresários presentes no grupo estavam Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, dono da marca de surfwear Mormaii.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra oito empresários. Nas mensagens, eles teriam chegado a afirmar que “golpe foi soltar o presidiário” e que os atos marcados para o próximo 7 de Setembro estão sendo programados “para unir o povo e o Exército”.

No domingo, petistas já falavam em “ação” contra empresários

Nesta terça-feira (22), uma ação da Polícia Federal (PF) teve como alvos um grupo de empresários que teria defendido um golpe no Brasil caso o ex-presidente Lula vencesse as eleições. No entanto, publicações feitas por petistas nas redes sociais no fim de semana apontaram a possibilidade do vazamento de algum tipo de ação.

As publicações foram resgatadas por usuários de redes sociais.

Thaméa Danelon critica ação contra empresários autorizada por Moraes

A procuradora Thaméa Danelon criticou a ação da Polícia Federal (PF) contra empresários pró-governo nesta terça-feira, 23, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo se tornou alvo da Justiça depois de vazadas mensagens com suposto teor golpista.

“Pessoas que não têm foro privilegiado perante o STF têm de ser investigadas e processadas na primeira instância”, explicou Thaméa Danelon. “Alguém que não tem foro no STF poderá ser processada perante a Corte, desde que comprovado seu envolvimento em crime praticado por indivíduo com foro.”

A procuradora lembrou que o artigo 102 da Constituição estabelece quem tem foro privilegiado na sociedade: presidente da República e vice-presidente, parlamentares, ministros de Estado, Ministério Público Federal, membros do STF e do Superior Tribunal de Justiça, ou seja, os empresários estariam fora.

Eis os alvos da ação: Luciano Hang (lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Serra), Meyer Joseph Nirgri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu).

Além das buscas nos endereços ligados aos empresários, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal a ouvir os investigados. O ministro do STF também determinou o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos, o bloqueio de contas nas redes sociais e a quebra de sigilo bancário.

Jornalista admite que Hang não defendeu golpe

O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã desta terça-feira (23) com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.

O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17 de agosto, com o título Exclusivo: Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; Veja zaps. O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade.

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– Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto – afirma.

No grupo Empresários & Política foi a seguinte, Hang disse: “Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos”, se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.

Segue fala do empresário:

Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.

Nunca defendi nem verbalizei a favor de qualquer movimento antidemocrático’, diz dono do Coco Bambu

O empresário Afrânio Barreira Filho se posicionou a respeito da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta terça-feira, 23, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários acusados de defender, em mensagens encaminhadas em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Em comunicado enviado à Jovem Pan, o dono da rede de restaurantes Coco Bambudisse estar “absolutamente tranquilo” com a ação policial, uma vez que não se manifestou favorável ou contra as mensagens sobre a possibilidade de um golpe no Brasil, sinalizando a leitura apenas com um emoji. “Confio na Justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de golpe. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo”, afirmou.

Mais cedo, a defesa do empresário considerou que a operação seria “fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não tem nenhum fundamento”. “Foi apreendido apenas dois celulares e o Afrânio está absolutamente tranquilo e querendo esclarecer os fatos voluntariamente à polícia, pois tem certeza que, após as suas declarações, esse inquérito será arquivado sem nenhuma consequência para ele e para os outros empresários, mas com consequências gravíssimas para as pessoas que fizeram essas denúncias falsas”, declarou o advogado Daniel Maia.  A PF cumpre mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Além de Barreira Filho, também são alvos: Luciano Hang (Havan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury, (Shopping Barra World), Luiz André Tissot (Sierra Móveis), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Meyer Joseph Nigri (Tecnisa). Além das ações de buscas, a determinação também inclui bloqueio das contas bancárias dos empresários, assim como dos perfis nas redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário.

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