Zambelli fala em censura após proibição de associar PT ao PCC

A deputada federal Carla Zambelli se pronunciou após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que ela exclua publicações que associam o ex-presidente Lula (PT) e o Partido dos Trabalhadores à morte do ex-prefeito Celso Daniel e à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Em nota, a parlamentar afirmou ser alvo de censura e pontuou que a suposta ligação da legenda ao PCC foi levantada pelo empresário Marcos Valério, em delação homologada pelo próprio STF, fazendo “parte do debate político nacional”.

– A delação de Marcos Valério sobre as ligações de um partido político com uma facção criminosa foram amplamente divulgadas na revista Veja, e fazem parte do debate político nacional, que deve ser amplo e irrestrito. Enquanto deputada federal e como ativista política, Carla Zambelli seguirá levando à população ampla informação sobre irregularidades e condutas criminosas, sem ceder a qualquer tentativa de censura – escreveu Zambelli.

A parlamentar também assinalou que, até o momento, não recebeu nenhuma intimação sobre o caso. Ela ainda defendeu o “direito ao amplo acesso à informação”.

– Da mesma forma que todos tem direito de defesa, a exemplo de cooperativas acusadas de lavagem de dinheiro, todos têm direito ao amplo acesso à informação. As ligações diretas ou indiretas do PCC com agentes públicos, seja de qual esfera for, tanto do Judiciário, Legislativo ou Executivo devem e serão sempre levadas ao conhecimento do público – acrescentou.

Zambelli concluiu a nota dizendo lamentar “mais uma tentativa de censura de apenas um lado do debate político”, o que, em sua avaliação, “traz um grande alerta para a integridade do processo eleitoral”.

ENTENDA
Em decisão na noite deste domingo (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que 16 perfis de políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) excluam conteúdos que ligam o ex-presidente Lula (PT) e o Partido dos Trabalhadores à morte do ex-prefeito Celso Daniel e à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A decisão também inclui pagamento de multa em caso de descumprimento da decisão.

Segundo ele, tratam-se de “mentiras” que visam “persuadir o eleitorado a acreditar que um dos pré-candidatos e seu partido, além de terem participaram da morte do ex-prefeito Celso Daniel, possuem ligação com o crime organizado, com o fascismo e com o nazismo”.

Entre os apoiadores do chefe do Executivo listados na decisão de Moraes, estão o senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro (REPUBLICANOS), os deputados Hélio Lopes (PL), Carla Zambelli (PL), Otoni de Paula (MDB) e o assessor especial da Presidência, Max Guilherme. O ministro estipulou multa de R$ 10 mil por dia se os conteúdos não forem excluídos. No caso de novas publicações, a punição é de R$ 15 mil, conforme informações do portal UOL.

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