Vendas no varejo crescem 0,6% em setembro, o 5º mês seguido de alta
Apesar do resultado positivo, ritmo está mais fraco do que nos meses anteriores.
As vendas no varejo cresceram 0,6% em setembro, a quinta alta consecutiva, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelados nesta quarta-feira, 11. Apesar do avanço contínuo desde março, os números apontam para a desaceleração em comparação com os últimos meses. Em agosto, o comércio varejista representou alta de 3,1%. De acordo com a análise do IBGE, a desaceleração faz parte da acomodação dos números ante as quedas expressivas em março em abril, fazendo com que a recuperação dos meses seguintes também fossem vertiginosas. Em relação a setembro do ano passado, o comércio avançou 7,3%. No acumulado do ano, o setor apresenta estabilidade, após cinco meses com dados negativos por causa das medidas de isolamento social impostas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Já nos últimos 12 meses, o setor varejistas somou alta de 0,9%. No trimestre entre julho e setembro, a alta foi de 17,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, recorde da série histórica iniciada em 2000.
Entre as oito atividades levantadas pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), cinco registraram avanço em setembro na comparação com agosto. A alta foi puxada pelo setor de livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, com alta de 8,9%, enquanto combustíveis e lubrificantes somaram 3,1%, e artigos farmacêuticos avançaram 2,1%. Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação cresceram 1,1% e móveis e eletrodomésticos, 1%. Na outra ponta, o setor de tecidos, vestuário e calçados retraíram 2,4%, enquanto artigos de uso pessoal cederam 0,6% e produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram 0,4%.“A atividade de livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, embora continue negativa em indicadores, como o acumulado do ano e nos últimos 12 meses, teve uma recuperação grande em setembro. Já a de Artigos farmacêuticos médicos, ortopédicos e de perfumaria teve uma trajetória claudicante nos últimos meses e em setembro chegou a 2,1%. Móveis e eletrodomésticos e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, continuam com crescimento. Parte desse desempenho pode estar relacionado à ida ao home office, embora já estejamos vivenciando a abertura”, explica Cristiano Santos, gerente da PMC.
Já no comércio varejista ampliado, que inclui também veículos e materiais de construção, a alta foi de 1,2% em setembro, também a quinta variação positiva do indicador. A venda de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 5,2%, enquanto o material de construção, que junto com os alimentos é apontado como um dos principais setores que pressionam a inflação brasileira, aumentou 2,6%. Os setores registraram avanço de 8,3% e 3,6% em agosto, respectivamente. Apesar do avanço consecutivo, o setor de veículos ainda está entre os principais com taxas negativas em 2020. No acumulado do ano, o segmento registra queda de 18,1%, e esta no campo negativo desde março. Nos últimos 12 meses, a baixa é de 11,6%.