Três projetos campineiros são finalistas no Prêmio Parque da Mobilidade

Com iniciativas que promovem a inovação tecnológica, a segurança viária e a mobilidade ativa, Campinas está entre os 30 finalistas do Prêmio Parque da Mobilidade Urbana, que reúne ações em nível nacional. São três projetos encabeçados pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e pela Secretaria Municipal de Transportes (Setransp).    

São cinco finalistas por categoria. O resultado final será anunciado no dia 23 de junho, durante a Conferência do Parque da Mobilidade Urbana, em São Paulo, considerado o maior evento do gênero na América Latina.   Um dos projetos é o Botão “Bela” – Botão de Emergência na Luta contra o Assédio é finalista na categoria “Iniciativas públicas que inovam e transformam”. O “Bela” é uma importante ferramenta de proteção à mulher contra o assédio sexual, no transporte público coletivo. 

As campanhas 3Rs (Respeite, Repense, Reduza), JBD Morte Zerø no Trânsito e Desacelera foram classificadas agrupadas na categoria “Iniciativas em favor da segurança viária”, que contempla ações para redução de óbitos no trânsito. A categoria “Iniciativa em favor da mobilidade ativa” tem como um dos finalistas o Programa Revivacidade – Delphino Cintra.    

“Esse primeiro reconhecimento sinaliza que estamos na direção certa para construir uma cidade cada vez mais tecnológica, inclusiva, sustentável e, que, acima de tudo, preza pela preservação de vidas no trânsito”, destacou o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.   

 O Prêmio Parque da Mobilidade Urbana reconhece e premia iniciativas (públicas e privadas) e pessoas que promovam a mobilidade urbana sustentável, segura e inclusiva. A realização é da plataforma Connected Smart Cities, em parceria com o caderno Mobilidade, do Estadão.    As campanhas JBD Morte Zerø e Desacelera; e o Programa Revivacidade, foram apoiados pela Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, através da Vital Strategies, organização internacional de saúde pública.     

Conheça os projetos  

 Se uma mulher sofrer assédio sexual no ônibus, ela pode acionar o Botão Bela no aplicativo da Emdec, selecionar a linha de ônibus em que está e enviar a solicitação para acionar a Central de Operações da Guarda Municipal. O operador da Central tem acesso ao itinerário da linha informada e, também, à localização da vítima, em tempo real, possibilitando a melhor definição de estratégia de abordagem do ônibus. A ferramenta foi lançada em 2021, em conjunto com as secretarias municipais de Transportes; Segurança Pública; Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos.  

 A Campanha “JBD: Morte Zerø no Trânsito” foi lançada em fevereiro de 2022, apresentando a visão de zerar o número de acidentes com vítimas fatais na Avenida John Boyd Dunlop (JBD) e conscientizar a população sobre o excesso de velocidade praticado na via. Ela contemplou quatro pilares: Gestão da Segurança Viária (reforço da sinalização e fiscalização); Vias Seguras (intervenções na geometria viária); Usuário Seguro (ações educativas e de comunicação); e Atendimento à Vítima (formação dos agentes da Mobilidade Urbana). Como resultado, os óbitos registrados na via passaram de 13 vítimas de acidentes de trânsito em 2021 para oito em 2022. E a Emdec já planeja a segunda fase da JBD: Morte Zerø, com diversas outras intervenções para ampliar a segurança na via.   

 Lançada em 2021, a Campanha 3Rs (Respeite, Repense e Reduza) promove o respeito à sinalização; incentiva que motociclistas e motoristas repensem comportamentos no trânsito; e estimula a redução da velocidade. A ideia é reforçar o papel individual na construção de um trânsito mais seguro.   

 E a “#Desacelera – A vida já passa muito rápido” foi lançada em novembro de 2022 para conscientizar que o respeito aos limites de velocidade pode prevenir mortes e feridos graves no trânsito, por meio de ações de comunicação, educação e fiscalização.    

Desenvolvido no segundo semestre de 2022, o projeto da Rua Delphino Cintra, no Botafogo, incorporou medidas de redução da velocidade e mobilidade ativa, dentro do Programa Revivacidade. A iniciativa promove a segurança dos pedestres, cria espaços de convivência e favorece a integração da comunidade. Está alinhada, também, aos conceitos de traffic calming (tráfego calmo), sistemas e desenhos seguros, visão zero e gestão da velocidade. A segunda etapa ocorre neste segundo semestre, na Avenida Andrade Neves e na Rua Dr. Octávio Mendes.    

Revivacidade: redução da velocidade é o principal resultado   

Dados coletados na fase inicial do Revivacidade mostram que o principal resultado do projeto está relacionado à redução da velocidade. Em um ponto da Rua Delphino Cintra, foi constatada a redução da velocidade na circulação de 38% dos carros e 46% das motocicletas que se deslocavam no sentido Centro-Bairro. 

  Em outro ponto, na altura do viaduto sob a Avenida Barão de Itapura, o aumento da taxa de respeito aos limites de velocidade é ainda maior: automóveis (de 2,9% para 60,3%) e motocicletas (de 3,8% para 38%). A pesquisa de satisfação realizada, em novembro, com pessoas que circulam pela área apontou que mais da metade dos entrevistados (56,5%) classificou a intervenção como muito boa e/ou excelente.  

  Parte destes resultados foram destacados em matéria publicada no portal ArchDaily Brasil, no último dia 30, que traz notícias da área de arquitetura. Intitulada “O poder de transformação do urbanismo tático”, a publicação menciona o Revivacidade entre as experiências de sucesso de urbanismo tático, que tornam as vias mais seguras, criando espaços públicos inclusivos e de qualidade. 

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