‘Petrobras privatizada oferecerá melhores serviços ao país’, defende Maílson da Nobrega
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nobrega considera positiva a proposta do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, de defender a privatização da Petrobras. No entanto, embora seja “100% favorável” à desestatização, o economista descartou que o certame possa acontecer ainda neste governo. “O novo ministro de Minas e Energia anunciou que haverá a privatização da Petrobras, mas acho que é impossível faltando menos de oito meses [para o fim do governo]. Mas privatizada, a Petrobras oferecerá melhores serviços ao país e com grande eficiência e levará a redução dos preços do petróleo“, ponderou Maílson, que também explicou as dificuldades para andamento da proposta. “É um processo complexo e vai exigir um modelo, porque não pode sair de um monopólio e entrar em outro. É um processo que pode levar no mínimo três anos de trabalho.
Outra dificuldade apontada pelo ex-ministro é o apoio popular. Segundo ele, pesquisa do Instituto Datafolha apontou que 69% dos brasileiros são contra a desestatização da Petrobras, o que mostra, na visão de Maílson, que a sociedade brasileira “não comprou” a proposta. “A sociedade brasileira desconfia do lucro. Então é um trabalho que os líderes vão ter que fazer para educar os eleitores que a privatização vai gerar mais benefícios”, mencionou. Maílson da Nobrega também defendeu a posição do presidente Jair Bolsonaro de não interferir na política de preços da estatal, apesar da pressão pelos sucessivos aumentos dos combustíveis. “A Petrobras está blindada da interferência dos Poderes, tem um bom esquema de operação do trabalho dela na produção, de refinaria e comercialização dos combustíveis”, completou.
Ainda a respeito dos combustíveis, o economista defendeu a adoção de uma alíquota única do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), embora considere que o imposto “não tenha salvação e esteja condenado”. “Seja porque ficou bagunçado demais e não tem coordenação ou seja porque a base tributária, que são os bens, está encolhendo”, citou Maílson. Na visão do ex-ministro da Fazenda, para resolver o atual cenário do país, o Brasil deve caminhar para fundir tributos, ação que passaria pela aprovação da PEC 45 e PEC 110, base da reforma tributária. “Não há no mundo nada parecido. Temos cinco tributos sobre o consumo das famílias, das empresas: três do governo federal, um dos Estados e um nos municípios. E nos Estados, o ICMS, é o mais caótico. […] O próximo governo, sem quem for o governo, vai levar à frente essa reforma tributária. É o ponto mais importante hoje do cenário para fazer economia voltar a crescer”, finalizou.