Pedido de reserva de vacina contra Covid-19 foi um ‘vexame’ do STF, opina Oyama

A comentarista do programa ‘3 em 1’ justificou que nenhum país do mundo colocou os magistrados no grupo prioritário de imunização.

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) rejeitou os pedidos de compras de vacinas contra a Covid-19 feitos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No ofício do STF, o diretor-geral Edmundo Veras Dos Santos Filho solicitou na terça-feira, 22, que fossem reservadas doses suficientes para imunizar seus sete mil servidores, sob a alegação de que essa seria uma “forma de contribuir com o país nesse momento tão crítico da nossa história”, já que ajudaria a “acelerar o processo de imunização da população”. A Fiocruz, por sua vez, foi clara em sua resposta, afirmando que a distribuição da vacina será feita pelo SUS e de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI). O caso foi tema de debate entre os comentaristas do programa ‘3 em 1’, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 23.

Thaís Oyama classificou essa tentativa de garantir os imunizantes para os sete mil servidores como um verdadeiro “vexame”. Ela defendeu que o trabalho do Supremo Tribunal Federal não é o único que exige um certo nível de contato social. “Caixas de supermercado também tem contato social extremamente grande e não estão querendo furar fila. Como se os demais trabalhos não tivessem fundamental importância para o país”, pontuou. A comentarista atribuiu ao STF uma “falta de senso de noção”, visto que “não há notícia de outro país no mundo que tenha incluído os magistrados na categoria de público prioritário a ser vacinado”.

Tomé Abduch abriu a sua fala lembrando que, segundo o artigo 5º da Constituição, “todos são iguais perante a lei”. Por isso, ele questionou qual o argumento que o STF e o STJ teriam para tomar a vacina antes dos demais brasileiros e também criticou a justificativa apresentada pelo diretor-geral Edmundo Veras. “Eu fiquei com muita tristeza em ver a forma como os nossos governantes encaram e respeitam a população brasileira”, afirmou o comentarista. Abduch traçou, ainda, um paralelo entre esse tipo de postura das altas instâncias do Governo Federal com o aumento de 46% do salário do prefeito de São PauloBruno Covas (PSDB). “Isso é um grande absurdo”, concluiu. Diogo Schelp, por sua vez, elogiou a resposta da Fiocruz e apontou que o pedido feito pelo STF e STJ indica que seus membros estão otimistas em relação à segurança e à eficácia da vacina contra Covid-19 que for aprovada no futuro no Brasil.

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