‘O PT ainda não atingiu o fundo do poço’, diz Paulo Figueiredo
Comentarista analisou desempenho fraco do partido nas eleições 2020; Thaís Oyama também opinou dizendo que o ‘castigo’ da sigla na esquerda ‘ainda não acabou’.
Em quinto lugar na apuração dos votos para a prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, candidato do PT para o cargo, teve o pior desempenho da história do partido nas votações da capital paulista. Esse fracasso do PT na maior cidade do país foi tema da edição desta segunda-feira, 16, do programa 3 em 1, da Jovem Pan. Durante o programa, o comentarista Paulo Figueiredo Filho analisou a participação do PT na votação, dizendo que o partido, mesmo perdendo força em comparação aos resultados de 2016, “ainda não atingiu o fundo do poço”. “É impressionante o encolhimento do PT, que a gente achou que já tivesse atingido o fundo do poço em 2016, mas não atingiu ainda. Eu levantei que o PT vai governar 1,86% do país. 1,86% para um partido que, se a gente olhar 10 anos atrás, era quase hegemônico no Brasil. Chegou a ser o maior partido do país”, disse Figueiredo, que completou: “Além da perda das capitais, o PT perdeu muitos vereadores. Em 2012, o PT tinha 5.185 vereadores. Em 2016, caiu para 2.808 e agora conseguiu cair mais ainda, perdeu algo como 200 vereadores no país”.
A jornalista Thaís Oyama também opinou sobre o desempenho do partido, dizendo que houve uma queda em comparação a 2016. “O PT vai estar presente em 15 das 57 cidades em que vai haver segundo turno, mas ele vai estar apenas em duas capitais: Vitória e Recife. O PT tem chances de conquistar apenas duas prefeituras. Em 2016, o PT perdeu 60% das prefeituras. Ele saiu de 600 e poucas prefeituras para apenas 254. Agora, ele sai dessa eleição menor ainda, com 189 prefeituras. De 2016 pra cá, ele perdeu 65 prefeituras”, disse Oyama, que continuou: “Na esquerda, o castigo do PT não acabou. O eleitor está punindo o PT por todo o seu passado e não está votando no PT. Enquanto o PT insiste em brigar pela hegemonia no campo da esquerda, o PSOL ganha cada vez mais espaço como vimos aqui na eleição de São Paulo e na ascensão do Guilherme Boulos, candidato do PSOL”.
Além disso, Oyama também analisou o desempenho dos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que a “eleição não foi nada boa para ele”. Além disso, a jornalista também comentou a perda de apoio do presidente ao longo dos dois anos, projetando um cenário para 2022. “O presidente Bolsonaro se elegeu em 2018 e fez o partido. O PSL não existia, passou a existir com Jair Bolsonaro. E daí ele tinha uma situação confortável. Apoio dos militares, o apoio da política econômica liberal do Paulo Guedes, e aquele grande lastro de credibilidade do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Isso agregou valor e confiança ao governo de Bolsonaro. Aí passam dois anos. O PSL implodiu, com grande ajuda de Bolsonaro e ficou aos cacos. Paulo Guedes virou uma bombinha cada vez menos abastecida e o ex-ministro Sergio Moro, de um poderoso aliado, virou um perigoso adversário. Passados dois anos, não sobrou quase nada daquele Bolsonaro que começou em 2018. A gente tem agora um presidente sem partido, sem base eleitoral forte nos municípios e, muito possivelmente, sem o discurso que o elegeu em 2018, que era o discurso antipetista. O PT virou um leão sem dentes. Se ele chega em 2022 completamente banguela, esse discurso do antipetismo, pro Bolsonaro não funciona mais”, explica Oyama.