O 13º caiu na conta: especialista dá dicas de como utilizar o dinheiro

O pagamento do 13º salário vai injetar este ano, na economia brasileira, cerca de R$ 291 bilhões. O benefício previsto por lei pode ser pago em uma única parcela ou até em duas vezes, sendo que a primeira deve ser depositada ao trabalhador até 30 de novembro e a segunda não pode ultrapassar 20 de dezembro.
Mas, o que fazer com o dinheiro quando a quantia cair na conta? Para o economista Edison de Oliveira, docente do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), do Grupo UniEduK, pagar as dívidas deve ser prioridade.
“Ao quitar as contas, você inicia o ano com as finanças mais equilibradas e há grandes chances de não voltar a perder o controle financeiro em 2024. Se não pagar agora, dificilmente sairá desse círculo vicioso”, salienta o economista. “É importante ainda fazer uma análise dos pontos cruciais que o levaram a adquirir essa dívida, para não cometer os mesmos equívocos nos próximos anos.”
Segundo o economista, se estiver com mais de uma dívida, é preciso dar preferência aquelas que apresentam inadimplência, ou seja, que o consumidor já esteja negativado e perdeu a capacidade de pagá-la. Nesses casos, na maioria das vezes, as empresas costumam dar descontos que fazem com que os valores fiquem abaixo do seu valor original.
Mas, antes de iniciar uma negociação com qualquer empresa, o professor da UniFAJ alerta: é importante separar o dinheiro do 13º com o valor recebido mensalmente.
“Se deixar lá, tudo numa única conta bancária, há grandes chances de que esse valor do 13º seja incorporado às despesas normais do mês, correndo risco de gastar e o pior: sem a pessoa saber para onde foi”, alerta o economista.
Para que isso não ocorra, Oliveira orienta separar o dinheiro referente ao 13º salário e deixar aplicado em algum investimento que traga rentabilidade e que tenha 100% de liquidez, ou seja, que a quantia possa ser utilizada a qualquer momento.
“Pode até ser Poupança ou então CDBs, Tesouro Direto. Feito isso, é o momento de começar a negociar as dívidas com as empresas credoras. A partir do momento que negociou e chegou a um valor considerável, você retira o dinheiro aplicado e quita as dívidas”, explica o economista.
Já no caso de a dívida ser maior do que o recebido no 13³ salário, uma possibilidade é fazer uma descapitalização, se desfazendo de algum bem, até dar o valor para a quitação da dívida. A segunda possibilidade é mais radical: a dívida seguirá para o próximo ano e terá que ter muita disciplina para seguir à risca um planejamento financeiro.
“Se chegar a esse ponto, é sinal de que a luz vermelha para suas finanças está acesa e você precisa resolver isso urgentemente. É criar um planejamento familiar minucioso e equilibrado para 2024, com metas reais e possíveis de serem atingidas a curto, médio e longo prazo. No dia a dia, a regra básica e essencial é: não se gasta mais do que se ganha! Feito isso, é preciso ainda priorizar gastos apenas com o essencial; evitar comprar coisas desnecessárias e supérfluas; ter um consumo mais consciente com água, energia, combustível; e, se possível, buscar novas fontes de renda”, salienta Oliveira. “O problema aqui é muito mais comportamental do que financeiro. Por isso, será preciso mudar hábitos diários de consumo.”
Não tenho dívidas, o que fazer?
Para quem não possui, o professor de Ciências Contábeis da UniFAJ orienta separar parte do 13º para gastos adicionais com impostos que surgem todo início de ano, tais como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar etc.
“É sabido que em dezembro há um gasto além do comum, com presentes, festas e viagens. E, já prevendo outros gastos com impostos em janeiro, é recomendado alocar parte do valor recebido no 13º para cobrir ou amenizar esse impacto causado as finanças nesse período”, recomenda Oliveira.

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