Lula rejeita cotas para mulheres em pastas de eventual governo

Neste domingo (28), durante o debate com os candidatos à Presidência da República organizado por um pool de empresas formado pelas TVs Band e Cultura, pelo portal UOL e pelo jornal Folha de São Paulo, o ex-presidente Lula (PT) foi questionado sobre promover uma divisão igualitária entre homens e mulheres nos ministérios de um eventual novo governo, mas rejeitou a ideia.

– Primeiro, não sou de assumir compromisso de indicar religioso, mulher, negro, homem. Você vai indicar as pessoas que têm capacidade de assumir determinados cargos. Eu tenho orgulho de ter indicado o primeiro negro para a Suprema Corte, a Cármen Lúcia… e poderia indicar muito mais, pode até ter maioria mulher. Não dá para assumir o compromisso numericamente – afirmou.

Como justificativa para a resposta, o petista disse que não faria a promessa antes do resultado das eleições para depois não passar por “mentiroso”, caso a promessa não seja cumprida. Já a candidata Simone Tebet (MDB), que respondia a pergunta junto com Lula, afirmou que, ao contrário do petista, se comprometia em fazer uma divisão igualitária.

– Nós temos condições de colocar 50%. E mais, nós teremos participação de negros – declarou a senadora.

Para aliados, desempenho do petista no debate foi ruim

Tão logo o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República encerrou na noite deste domingo, 28, aliados do ex-presidente da República e candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, consideraram que o desempenho do petista foi ruim.

Algumas das manifestações feitas por aliados trouxeram como problemas as falas cortadas do candidato durante o debate da Band. Lula não conseguiu administrar o tempo por mais de duas ocasiões, e acabou tendo o microfone cortado. Lula também não se saiu bem, na análise dos aliados, ao não conseguir responder o seu principal adversário, Jair Bolsonaro (PL), quando foi chamado de presidiário. Lula teve o direito de resposta negado pelos organizadores do debate.

Sem o direito de falar ao vivo na televisão, a assessoria de Lula usou uma rede social do candidato como palanque para a resposta. A visibilidade, contudo, é muito menor em relação ao debate, que estava sendo transmitido ao vivo pela Band. Aos telespectadores que acompanhavam o debate, ficou valendo a palavra de Bolsonaro.

Outro tema que os aliados consideraram ruim para o petista foi com relação ao espaço para mulheres em um eventual governo, caso vença a eleição. A pauta em relação às mulheres foi uma das principais do debate.

“Eu acho que é plenamente possível fazermos isso, mas não vou me comprometer com isso, porque posso passar por mentiroso’, disse Lula.

Aos aliados, Lula perdeu a chance de destacar ações que teria feito em defesa das mulheres nas duas ocasiões em que foi presidente da República. Bolsonaro, por sua vez, aproveitou a oportunidade para destacar as ações. 

“Eu defendo a família, eu sou contra a liberação das drogas. Eu defendo as mulheres. Quando eu defendo as armas, no campo em especial, é para as mulheres se defenderem. Eu dei mais de 370 mil títulos de reforma agrária no Brasil e mais de 90% desses títulos foram para mulheres. Das cerca de 20 milhões de pessoas que recebem auxílio, cerca de 15 milhões são mulheres”, afirmou ele, que completou:

“O nosso governo faz por todos. Não divide. Nós somos um só país, uma só pátria. Por que me atacar? Porque eu acabei com a harmonia da corrupção”.

Aos aliados, a tentativa de Lula de se aproximar de Ciro Gomes, candidato do PDT, também não foi positiva. Lula acabou sendo chamado por Ciro de “encantador de serpentes”.

Bolsonaro: “Que moral tem pra falar de mim, ex-presidiário?”

No último bloco do programa, o candidato Jair Bolsonaro ganhou um direito de resposta e decidiu partir para cima do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente lembrou de uma declaração dita pelo petista durante a pandemia, quando afirmou que “ainda bem que a natureza criou esse coronavírus”.

– Que moral você tem para falar de mim, ex-presidiário? Sigilo de 100 anos. Uma lei lá do tempo da Dilma. Questões pessoais ou quem me visita no Planalto (…). A vacina? Tentou corromper? Cadê o contrato assinado? Só fake news e mentiras – destacou.

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