Grave: Lula teve 80% dos votos dos presos brasileiros
A reportagem compilou os boletins de urna de 222 seções eleitorais destinados ao voto de presos provisórios, que, de acordo com a legislação eleitoral, mantém seu direito a voto por não terem sentença transitada em julgado. Desses, 221 estavam disponíveis na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os votos foram dados em urnas de 19 estados e no Distrito Federal. Dos 14.653 autorizados a votar, 11.363 apareceram, cerca de 77,5% do total.Apesar de comporem uma fatia residual do eleitorado, mesários e agentes eleitorais podem ter votado nestas seções – o TSE não especifica quantos deles seriam.
No cenário geral, Lula teve 8.883 votos e predominância em 208 das 222 seções. Jair Bolsonaro teve 1.741 votos e levou a melhor em apenas 13 seções. Em 1 houve empate entre os dois, com 7 votos para cada.
Todos os outros candidatos receberam votos, mas em menor quantidade. Simone Tebet teve 152 votos (1,38%), Ciro Gomes recebeu 150 (1,36%) e Soraya Thronicke teve 58 (0,53%). Felipe D’Avila foi a opção de 21 presos, Padre Kelmon conseguiu 10 votos, Vera Lúcia outros 6 votos. Leo Pericles e Eymael receberam 1 voto cada.
Na maior seção destinada a presos provisórios, em Limoeiro (PE), 264 eleitores deram uma vitória acachapante a Lula, com 248 votos, ou 98,4% do total. Nas duas menores seções, em Manaus e Pimenta Bueno (RO), Lula também levou a melhor entre os sete votantes em cada máquina.
O resultado não surpreende, já que em 2018 o PT também angariou um alto número de votos nestas seções. Levantamento do Globo, na ocasião, mostrou que, no 2º turno, Fernando Haddad venceu nos presídios com 82,4% dos votos.
Prefeitos de Manaus e Sorocaba anunciam apoio a Bolsonaro
Nesta segunda-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu no Palácio da Alvorada o prefeito da capital do Amazonas, David Almeida (Avante), que apoia sua candidatura à reeleição. De acordo com Almeida, ele e Bolsonaro compartilham dos mesmos princípios.
– Eu já caminho com o presidente Bolsonaro desde 2015. Eu comungo dos pensamentos dele, eu sou cristão evangélico desde que nasci e defendo todos os princípios. O Avante caminha de um lado diferente, mas eu tenho a minha autonomia dentro do partido – afirmou o prefeito de Manaus.
Ao lado de Almeida, o chefe do Executivo afirmou que a Zona Franca de Manaus será preservada em um eventual segundo mandato.
– Tudo resolvido, sem problema – respondeu Bolsonaro ao ser questionado se havia acordo em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
– A Zona Franca será preservada, como sempre foi, em nosso governo – disse o presidente.
O prefeito de Manaus, por sua vez, disse que obteve “todas as respostas” que precisava. No Amazonas, o governador Wilson Lima (União Brasil), que também apoia o chefe do Executivo, disputa o segundo turno contra o senador Eduardo Braga (MDB), aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 16 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou uma medida cautelar que havia suspendido, em maio, a redução da cobrança do IPI sobre bens produzidos na Zona Franca. Com isso, voltou a valer o decreto de Bolsonaro que permitiu a redução do imposto apenas para produtos que não concorram com os da Zona Franca, que já têm isenção tributária.
OUTROS APOIOS
Bolsonaro também recebeu nesta segunda (10) o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), para reforçar sua campanha pela reeleição. O chefe do Executivo tem se reunido desde a semana passada com uma série de parlamentares, governadores e prefeitos que o apoiam. O Alvorada, residência oficial do presidente, foi escolhido como ponto de encontro.
Na sexta (7), Bolsonaro recebeu o apoio do prefeito de Maceió, JHC, que deixou o PSB para se filiar ao PL, legenda que abriga o presidente. No Alvorada, o prefeito disse esperar uma melhora do desempenho do chefe do Executivo em Alagoas no segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). JHC, que pretende fazer campanha para o candidato à reeleição, é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que também apoia Bolsonaro.
Ao longo da semana passada, a primeira do segundo turno, Bolsonaro recebeu o apoio de governadores do Sudeste, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Rodrigo Garcia (PSDB), de São Paulo.
Do Centro-Oeste, foram visitar o presidente no Alvorada os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). Da região Norte, Bolsonaro foi apoiado pelos governadores de Roraima, Antonio Denarium (PP), do Acre, Gladson Cameli (PP), de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), além de Wilson Lima, do Amazonas.