Governo envia avião à Índia para buscar 2 milhões de doses da vacina de Oxford

Expectativa é que o carregamento com os imunizantes chegue ao Brasil neste sábado, 16, e a vacinação contra a Covid-19 comece na próxima semana

O governo trabalha com a possibilidade iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19 na semana que vem. Para agilizar o processo, vai enviar nesta quinta-feira, 14, um avião à Índia para buscar 2 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZenecaem parceria com a Universidade de Oxford e com a Fundação Oswaldo Cruz no Brasil. O avião sai do aeroporto de Viracopos e estará de volta ao Brasil no sábado, 16. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai se reunir no domingo para bater o martelo sobre os pedidos de registro emergencial das vacinas da Fiocruz e do Instituto Butantan, que já tem seis milhões de doses prontas para o uso imediato. Esta será a primeira vez que uma reunião da diretoria colegiada da Agência acontecerá em um domingo. A previsão é que a reunião comece às 10h e dure pelo menos cinco horas. As discussões poderão ser acompanhadas online. Sendo concedidas as licenças, a imunização deverá começar com cerca de oito milhões de doses. Em pronunciamento nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, rebate críticas sobre possível demora do Brasil para iniciar a vacinação e garantiu que o país vai manter a tradição de nação que mais vacina no mundo. “Nós imunizamos 300 milhões de doses por ano. Vamos fazer igual com a vacina da Covid-19, o resto é apenas pressão política, pressão partidária e pressão por interesses particulares. Não saímos do nosso rumo em nenhum minuto.”

A estimativa é que, com aprovação da Anvisa, os imunizantes comecem a ser distribuídos na segunda-feira para os estados e municípios, que devem iniciar a vacinação contra a Covid-19 de forma simultânea. Entretanto, como as vacinas estão armazenadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, há quem defenda que a vacinação comece logo nessas duas capitais. O secretário executivo do ministério da saúde, Élcio Franco descartou a possibilidade. “Como você se sentiria se você morasse no Acre e no Rio Grande do Norte e, por não ter uma planta de um fabricante como a Fiocruz e o Butantan, e a vacina demorasse uma semana ou mais para chegar ao seu estado ou cidade. Essa é a mensagem que deixar: todos serão imunizados e ninguém é mais importante que outrem”, disse. Ele admite, no entanto, que, dentro dos estados, alguns municípios vão começar a vacinar antes que outros.

Ainda nesta quinta-feira, o ministro Eduardo Pazuello tem encontro em Brasília com prefeitos e secretários municipais de saúde para discutir a logística da imunização. A reunião com os governadores, marcada para terça-feira da semana que vem, deve ser antecipada. O ministro admite que a Covid-19 voltou com força e ressaltou que infelizmente, a vacina ainda não vai significar a tão esperada volta à normalidade. “Essa produção de anticorpos não é no dia seguinte, a literatura fala de 30 a 60 dias. Não é tomar a vacina no dia 20 e no dia 22 estar na rua fazendo festa”, disse. Há possibilidade de uma solenidade na semana que vem, no Palácio do Planalto, marcar o início da campanha de vacinação. Assessores do governo têm aconselhado o presidente Jair Bolsonaro a tomar a vacina até como forma de dar exemplo. Ele tem insistido, no entanto, que já se considera imunizado.

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