Dólar recua a R$ 5,02 com disparada de commodities e guerra na Ucrânia; Bolsa fecha estável
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo misto nesta quinta-feira, 3, em reflexo à disparada das commodities e o avanço das negociações de um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia. O dólar encerrou com queda de 1,55%, cotado a R$ 5,028. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,115, enquanto a mínima não passou de R$ 5,021. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda de 0,94%, cotada a R$ 5,107. Apesar de operar durante parte do dia em alta, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, cedeu ao pessimismo internacional e fechou estável, com leve queda de 0,01%, aos 115.165 pontos. O pregão desta quarta-feira, 2, terminou com alta de 1,8%, aos 115.173 pontos.
O aumento da tensão no Leste Europeu deu novo fôlego para a valorização das commodities com o temor de desabastecimento generalizado. O petróleo tipo Brent — referência para a Petrobras —, bateu US$ 119,84, o maior registro desde 2012. A cotação perdeu força durante o dia e fechou com queda de 1,6%, a US$ 111. Já o WTI foi a US$ 116,57, renovando a máxima atingida em 2008, antes de ceder 2% e fechar a US$ 109. A variação do petróleo fortalece a Bolsa brasileira e puxa a entrada de dólares no país. O movimento é reforçado pelo aumento dos juros domésticos, atualmente em 10,75% ao ano, e a expectativa de novas elevações pelo Banco Central diante da resistência da inflação.
Representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram nesta quinta-feira para uma segunda rodada de negociações. Ambos os países concordaram em organizar corredores humanitários que garantam a saída dos cidadãos em segurança e a chegada de mantimentos. Esse era um dos acordos que os ucranianos tentavam negociar com os russos. As conversas serão retomadas na semana que vem. As tratativas de cessar-fogo ocorrem em meio ao acirramento dos ataques russos contra cidades-chaves da Ucrânia, incluindo a capital Kiev. Também nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apertou as sanções impostas a Moscou e anunciou que incluiu mais oito nomes na lista de oligarcas penalizados, somando 50 bilionários que terão os bens congelados em território norte-americano.