Datafolha: 41% dos brasileiros veem piora na economia do governo Lula
Os brasileiros avaliam que a economia brasileira piorou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e preveem mais inflação e desemprego à frente, de acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (25). O levantamento foi realizado nos dias 19 e 20 de março com 2.002 eleitores em 147 municípios.
Segundo a pesquisa, houve um crescimento entre os que avaliam que a economia piorou de dezembro para março deste ano, o percentual saiu de 35% para 41%, enquanto que os quer perceberam uma melhora recuou de 33% para 28% no mesmo período. Pelo menos 60% dos brasileiros preveem que a inflação irá aumentar daqui para frente, enquanto que 46% preveem alta no desemprego.
A avaliação sobre a piora na economia deu-se maior na faixa etária de 35 a 44 anos (de 35% para 46%) e de 45 a 59 anos (de 32% para 42%). Já na faixa etária dos mais jovens, houve recuo de 37% para 33%.
Entre as regiões, a que apontou a maior percepção de piora na economia, foi a região Sul (47% ante 44%), seguida do Sudeste (43%, ante 35%) e Norte/Centro-Oeste (49%, ante 40%). Na região Nordeste, 30% avaliam que a economia brasileira piorou nos últimos meses.
Em relação aos eleitores de Lula, 16% veem piora no cenário econômico do país, com oscilação em relação ao levantamento anterior (13%). Entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), essa percepção saltou de 59% para 69%.
Na avaliação sobre a situação econômica pessoal, caiu de 35% para 28% o índice dos que apontam melhora, e oscilou de 26% para 28% a percepção de piora. Para 44%, a situação ficou estável (eram 38 % em dezembro do ano passado).
Já que a expectativa de que a economia vai melhorar nos próximos meses teve queda de 47% para 39%, com alta de 22% para 27% na tendência contrária, de piora econômica. Uma parcela de 32% vê estabilidade (em dezembro, 29%), e 2% não opinaram.
Grandes varejistas no Brasil anunciam fechamento maciço de lojas em meio a desafios econômicos
O grupo espanhol Dia lidera a lista das empresas do varejo que anunciaram grandes fechamentos de lojas no país. Na semana passada, a rede informou que encerrará a atividade de 343 supermercados e três centros de distribuição (CDs) no Brasil. O número equivale ao dobro dos 159 pontos de venda fechados pela Americanas, que enfrenta desafios desde janeiro de 2023.
Além das duas empresas, outros grandes varejistas nacionais também estão promovendo, ou anunciaram planos para promover, uma significativa redução de suas estruturas físicas. A lista inclui, por exemplo, o Carrefour (123 estabelecimentos), a Lojas Marisa (89) e a Casas Bahia (38, até o terceiro trimestre de 2023).
Embora todas as empresas mencionadas façam parte do mesmo setor – o varejo – e tenham enfrentado desafios comuns nos últimos anos, como a pandemia seguida por um surto inflacionário, aperto monetário e aumento da inadimplência, é importante notar que o fechamento significativo de lojas tem razões específicas para cada empresa.
De acordo com Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), no caso dos supermercados, um desafio comum para o bom desempenho das redes tradicionais foi o crescimento do modelo de atacarejo.
O avanço do atacarejo é destacado em um relatório do BTG Pactual divulgado em fevereiro deste ano. Esse formato, que combina atacado com varejo em um único ponto de venda, aumentou sua penetração entre os consumidores brasileiros de 62% para 73% entre 2019 e 2023, alcançando atualmente cerca de três quartos dos domicílios.
A rede Dia, no entanto, enfrentou dificuldades específicas. Segundo Terra, a empresa passou por várias mudanças de liderança e tentou adotar diversos formatos, incluindo lojas próprias, franquias e o modelo original da Espanha, focado em preços baixos. Terra observa que o varejo alimentar brasileiro demanda uma regionalização, tanto de produtos perecíveis quanto de marcas, algo que o Dia não conseguiu executar.
Na última semana, a rede espanhola entrou com um pedido de recuperação judicial no Brasil, atribuindo-o aos persistentes resultados negativos após 23 anos de atuação no país, com uma dívida estimada em R$ 1 bilhão.
Os problemas envolvendo a Americanas vieram à tona em janeiro do ano passado, com a divulgação de uma fraude contábil estimada em R$ 25,2 bilhões. O total de lojas fechadas aumentou desde então, de acordo com o último relatório divulgado pela empresa
Na última semana, a rede espanhola entrou com um pedido de recuperação judicial no Brasil, atribuindo-o aos persistentes resultados negativos após 23 anos de atuação no país, com uma dívida estimada em R$ 1 bilhão.
Os problemas envolvendo a Americanas vieram à tona em janeiro do ano passado, com a divulgação de uma fraude contábil estimada em R$ 25,2 bilhões. O total de lojas fechadas aumentou desde então, de acordo com o último relatório divulgado pela empresa.
Sobre o fechamento de 38 lojas até o terceiro trimestre de 2023, a empresa informou que faz parte da estratégia do seu plano de transformação, visando garantir a viabilidade e o crescimento sustentável do negócio a longo prazo.