‘CPI quer acusar Bolsonaro por ouvir muitos especialistas’, diz Constantino sobre ‘gabinete paralelo’

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou seu segundo depoimento à CPI da Covid-19 nesta terça-feira, 8. Desta vez, ele falou sobre a suposta existência de um “gabinete paralelo”, composto por médicos que teriam dado orientações ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para enfrentar a crise sanitária mesmo que não fizessem parte do governo. Ele também esclareceu a demissão da médica Luana Araújo, que trabalhou para o Executivo por pouco tempo e também prestou depoimento à CPI. Em sua primeira aparição na comissão, no último dia 6, Queiroga explicou questões relacionadas ao total de doses de vacinas adquiridas pelo país, as negociações com a Pfizer, a autonomia dos Estados e municípios durante a crise de saúde e o chamado “tratamento precoce”.  Os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, analisaram o segundo depoimento do atual chefe da Saúde nesta tarde. Para Rodrigo Constantino, não restam dúvidas de que a CPI em questão “é um circo”.

“A CPI é uma tremenda perda de tempo. O ministro Queiroga acabou de tomar posse e isso torna questionável o fato dele ter comparecido uma vez à comissão. Por isso, sua segunda convocação deixa claro que trata-se de um circo, não de uma CPI. […]. Tudo isso acontece porque os senadores de oposição, que compõem o colegiado, não aceitam o resultado das urnas até hoje. Eles querem que o ministro mande no presidente — e não o contrário, apenas porque o presidente é Bolsonaro. Apesar disso, existe uma hierarquia e, por mais que não aceitem, Bolsonaro é o chefe de Queiroga”, disse. O comentarista continuou seu posicionamento analisando que os trabalhos da comissão ocorrem sob forte influência política. “Não deixa de ser curioso perceber que as narrativas políticas vão mudando durante o caminhar da CPI. No início, queriam apontar omissões do governo federal no combate à pandemia. Agora querem falar em ‘gabinete paralelo’, o que configuraria um excesso de ação do governo. Ou seja, estão acusando Bolsonaro por ouvir muitos especialistas antes de tomar decisões. A narrativa muda, mas o fio condutor continua sendo o circo”, concluiu.

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