Copom eleva juros pela quarta vez, e taxa vai a 13,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (29), elevar a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, para 13,25 ponto percentual. A decisão foi tomada na primeira reunião comandada por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do BC.
Ao decidir elevar a Selic, o Copom apontou que o “ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
Além disso, o Copom comentou os fatores de risco para a inflação. Entre os que poderiam gerar alta estão a “desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.
Já nos fatos que poderiam gerar baixa inflação estão oa “impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada; e um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais”.
– O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 13,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego – destacou o comitê.
A taxa Selic é utilizada como referência para as taxas de juros de outras instituições financeiras no Brasil e para remuneração de investimentos.
Apoio de católicos ao governo Lula despenca entre 2023 e 2025
A pesquisa divulgada pelo instituto de pesquisa PoderData nesta quarta-feira (29) indicou que a aprovação do governo Lula (PT) entre os católicos despencou desde a posse do petista. Em janeiro de 2023, no primeiro mês da atual gestão federal, o índice dos que aprovavam o governo era de 62%. No atual levantamento, o conceito positivo caiu para 48%.
Por outro lado, a desaprovação da atual gestão entre a população católica subiu de 31% para 43% entre janeiro de 2023 e 2025. A queda na popularidade de Lula na pesquisa PoderData ecoa a percepção negativa que o governo federal tem apresentado em pesquisas divulgadas recentemente, como o levantamento Genial/Quaest que veio a público na última segunda (27).
Entre os evangélicos, público que tradicionalmente se opõe mais ao petista que os católicos, o aumento da desaprovação também foi acentuado nos últimos dois anos. Em janeiro de 2023, Lula era reprovado por 56% dessa parcela da população, índice que saltou para 68% no começo de 2025. A aprovação, por sua vez, era de 31% no início do mandato e caiu para 26% no início deste ano.
A pesquisa do instituto PoderData foi realizada entre os dias 25 a 27 de janeiro de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2,5 mil entrevistas em 219 municípios nas 27 unidades da Federação. Entre os católicos, a margem de erro foi de 3,6 pontos percentuais, enquanto entre os evangélicos ela ficou em quatro pontos percentuais. O intervalo de confiança foi de 95%.