Constantino: ‘Renan Calheiros querendo dar voz de prisão por mentir é o ápice do escárnio’
O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten depôs à CPI da Covid-19 nesta quarta-feira, 12, e foi questionado sobre as declarações que fez para a revista ‘Veja’, nas quais disse que o governo federal foi incompetente para gerenciar compra de vacinas contra o coronavírus. À comissão, o ex-secretário explicou estar se referindo à “burocracia” e “morosidade da administração pública” quando utilizou a palavra “incompetência”. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) alegou que, pela suposta mentira de Wajngarten em seu depoimento, irá pedir a prisão do ex-secretário. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, porém, que não irá mandar prender Wajngarten. “Temos que ter muita cautela para não parecer aqui que somos um tribunal que está ouvindo e já condenando. Não é impondo a prisão que a CPI não vai dar resultado”, explicou o senador. A sessão foi suspensa depois que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) trocou insultos com Renan Calheiros, chamando o relator do colegiado de “vagabundo”.
Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, o comentarista Rodrigo Constantino voltou a dizer que a CPI está sendo utilizada como palanque para a eleição de 2022 e criticou o relator do colegiado. “Renan Calheiros querendo dar voz de prisão a alguém por mentir, ou supostamente mentir, é realmente o ápice do escárnio. É o Brasil de 2021. E nada a ver com CPI, é tudo tentativa de arrancar dos convocados algum tipo de declaração constrangedora para o governo ou para o presidente para servir de palanque visando a eleição de 2022”, afirmou. Já a comentarista Amanda Klein disse que Wajngarten teve que fazer uma “ginástica retórica” para blindar o governo, citando a entrevista do ex-secretário à ‘Veja’. “Ele (Wajngarten) entrou no depoimento com objetivo claro de blindar o presidente Jair Bolsonaro e, em um sentido mais amplo, blindar o governo Bolsonaro. Mas, para isso, ele precisou fazer uma baita ginástica retórica, dar um duplo-twist carpado, porque, há cerca de três semanas, ele havia dado uma entrevista à revista Veja em que fez declarações e acusações muito duras, principalmente em relação à incompetência e à ineficiência do Ministério da Saúde”, pontuou Amanda.
Por fim, o comentarista Jorge Serrão disse que Wajngarten se contradisse em relação ao que falou à Veja e à CPI, criticou a postura de Renan Calheiros e afirmou que o relator se aproveitou do depoimento para procurar argumentos no intuito de punir o presidente Bolsonaro. “Fabio Wajngarten se contradisse completamente naquilo que ele havia dito à Revista Veja e no que ele declarou hoje na CPI do Senado. A tendência é que a situação dele se complique bastante. Foi duramente, até de maneira autoritária, com um certo abuso de autoridade do senador Renan Calheiros, até ameaçando ele de prisão. […] Renan é o cara que sabe jogar o espetáculo. Ele sabe que jogo está jogando. Ele parte para o limite. Já está clara a estratégia dele, que é punir, tentar arranjar um argumento para punir o presidente Jair Bolsonaro, e ele se aproveitou da retórica do Fabio Wajngarten para essa questão”, concluiu o comentarista.