Comitê Metropolitano da Dengue discute mutirão regional em 1ª reunião nesta quarta-feira

O Comitê Metropolitano da Dengue se reúne pela primeira vez nesta quarta-feira, 13 de março, para discutir ações conjuntas para prevenção e combate à doença. O encontro ocorre às 14h, de maneira remota, e um dos assuntos em pauta é o planejamento de um mutirão em cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) neste sábado, 16.

O encontro começa às 14h. O Comitê Metropolitano foi instalado em Campinas para monitoramento da epidemia, tomada de decisões, e está no pacote de ações anunciado após uma reunião entre representantes dos 20 municípios da região, em 8 de março. Durante a agenda serão apresentadas a situação epidemiológica e as ações adotadas pelos municípios para controle do Aedes aegypti, vetor da doença.

“A parceria entre os municípios é essencial para enfrentamento à epidemia. Não basta uma cidade estar engajada, é preciso empenho de todas por causa da proximidade e grande circulação de pessoas. Além disso, é importante que os moradores de todos os municípios colaborem com as ações do Poder Público e reservem dez minutos de cada semana para eliminar nas casas qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro”, ressaltou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben.

Devem participar da reunião os coordenadores, diretores ou responsáveis pela vigilância epidemiológica e entomológica das cidades integrantes da RMC: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.

Preocupação 

Campinas registra pela primeira vez na história a circulação simultânea de três sorotipos da dengue: DEN 1, DEN 2 e DEN 3 . Desde o início de outubro ela tem apresentado condições climáticas consideradas ideais para desenvolvimento e proliferação do Aedes. A Saúde também observou aumento de casos confirmados de dengue nas últimas semanas, três mortes pela doença, e projeções indicam a possibilidade de Campinas alcançar o pico da epidemia no mês de abril.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA. 

O que já foi feito

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença. Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 31,6 mil imóveis ao longo de seis mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor. O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. 

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências. 

Comitê de prevenção

Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde.

Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

Brasil tem quase mil mortes por dengue em investigação

Autoridades sanitárias confirmaram 363 mortes por dengue no Brasil em 2024. Há ainda 763 óbitos em investigação e que podem ter sido causados pela doença, totalizando 1.126 mortes confirmadas ou suspeitas até o momento. Os dados – divulgados nesta segunda-feira (11), em Brasília – são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

Até a última sexta-feira (8), quando os dados foram atualizados, o país contabilizava 1.342.086 casos oficiais de dengue e um coeficiente de incidência da doença de 660,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

Entre os casos prováveis, 55,5% são de mulheres e 44,5% de homens. A faixa etária dos 30 aos 39 anos segue respondendo pelo maior número de ocorrências de dengue no país, seguida pelo grupo de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos.

Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis (464.223) entre os estados. Em seguida, estão São Paulo (238.993), Paraná (128.247) e o Distrito Federal (122.348). Quando se considera o coeficiente de incidência, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 4.343 casos por 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (2.260), Espírito Santo (1.270) e Paraná (1.120).

EMERGÊNCIA
A explosão de casos de dengue fez com que pelo menos oito unidades da federação decretassem emergência em saúde pública: Acre, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

A medida facilita acesso a recursos federais e agiliza processos voltados ao combate da doença.

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