Com coragem e inteligência, Tarcísio desponta como um possível estadista conservador
Nesta semana que nos deixa, Tarcísio, goste você ou não, demonstrou ter aquele brio que a grande maioria dos governadores paulistas anteriores não tiveram ante o crime organizado. Sua polícia está comandando uma enorme operação no litoral de São Paulo, reduto ‒ há anos ‒ de facções criminosas que vão do PCC a Deus sabe lá o que mais. Sua primeira grande ação policial à frente do governo de São Paulo está desmantelando, dia após dia, organizações criminosas ‒ basicamente envolvidas com o tráfico de drogas ‒ que haviam fincado suas raízes naquele local após anos de covardia governamental.
Tudo começou com a morte do policial Patrick Barros Reis, da Rota, no último dia 27; o disparo fatal, segundo a inteligência da polícia paulista, teria sido realizado a uma distância de 50 a 70 metros, demonstrando a perícia e periculosidade do atirador criminoso. Tal morte desencadeou a referida operação da Polícia Militar — e agora também da Civil — na região desde o dia 28; segundo os jornalistas que cobrem in loco os incursos das polícias, a morte de Patrick teria causado uma comoção gigantesca entre os policiais ‒ civis e militares ‒ e também de grande parte da população paulista. A ação policial, segundo dados oficiais do Estado de São Paulo, já prendeu 58 criminosos, sendo 38 deles em flagrante e 20 que eram procurados pela Justiça; além disso, mais de 400 quilos de entorpecentes e 18 armas ‒ entre elas fuzis de guerra ‒ foram retirados das mãos das facções que atuavam no litoral paulista.
Obviamente, como já era de se esperar, a velha mídia militante e políticos à esquerda estão enxergando “genocídio” na atuação policial, que até o momento conta com 16 criminosos mortos. Para mim, a narrativa midiática e a postura de políticos esquerdistas se tornam especialmente interessantes nestas ocasiões, afinal, os jornalistas e políticos têm que, ao mesmo tempo, não parecer defender a causa dos criminosos, rechaçar a operação policial, comparar 16 mortes de criminosos a genocídios políticos, além de pedir publicamente compaixão a traficantes que portam fuzis e drogas em meio à população civil. Realmente é de suar a cada parágrafo mesmo, consideraria até um esforço louvável caso não fosse, antes, abjeto.
O governador de São Paulo, mesmo após pressões de Flávio Dino, ministro da Justiça, da CUT e do PSOL, dobrou a aposta dando suporte à sua operação policial. Recentemente afirmou ainda que as ações policiais naquela região simplesmente não têm data para acabar. Dando um claro recado de que não haverá recuo por pressões políticas, que a vida de seus policiais importam muito, que não há compaixão com criminosos agressores. Fato é que os especialistas em segurança pública ‒ talvez o campo em que mais há esquerdistas por metro quadrado no mundo ‒ estão arrancando os cabelos pela raiz.
Caso estudemos os grandes estadistas conservadores do século XX, não encontraremos nenhum que recuou ante as pressões ideológicas de sindicatos, jornalistas, políticos e especialistas quando convictos da benesse de suas ações, eles corajosamente mantinham suas posições contra sistemas e criminosos. Não negociar com o crime organizado sempre foi um princípio régio para os grandes estadistas modernos. Assim sendo, o combate a narrativas, como a que vem travando Tarcísio, trata-se de um dos carros chefes para o sucesso de um político conservador nestes tempos em que a ideologia substitui a realidade. O governador resolveu enfrentar o sistema e as organizações criminosas, e tomou a atitude correta até o momento. Logo mais a população assistirá no litoral de São Paulo à queda da atuação do crime organizado e, com certeza, ficará grata por isso.
Os ideólogos que usam de uma falsa misericórdia para escudar criminosos ignoram que tais criminosos criam um sistema de coerção e cativeiro ante os indivíduos. A atuação forte da polícia, empoderada por um governador que assuma os riscos e consequências políticas disso, é necessária e inevitável para uma paz mais duradoura. Tarcísio começa a despontar com características interessantes para um pleito presidencial, pois hoje é certo que, se a velha mídia organizadamente critica, geralmente a população apoia o lado contrário da crítica; se os especialistas afirmam que há genocídio de “suspeitos”, o caso geralmente é visto pelos homens comuns como abate de bandidos.
A mídia, assim, aposta na ignorância popular, que supostamente se deixa levar pelos selos de autoridade jornalística. Talvez em outras épocas isso fosse verdade. Hoje a população, com mais autonomia, redes alternativas e o bom e velho bom senso, consegue discernir a necessidade de uma polícia atuante e violenta na medida correta contra criminosos que, ao contrário do que dizem, não são vítimas sociais ou meros suspeitos. Não são guarda-chuvas que os traficantes portam em seus ombros, não são jujubas que eles jogam de cima dos morros, e disso a população cativa bem sabe, especialista nenhum consegue sublimar isso.
Imaginem só um presidente com inteligência emocional, capacidade técnica, cacoete político e coragem para enfrentar o crime organizado, tudo isso sem cultivar nenhum “diálogo cabuloso” com qualquer espécie de Farc tupiniquim… Que pese o tolo apoio à reforma tributária petista, aguardo com esperança renovada o que o governador de São Paulo tem a nos mostrar nos próximos meses e anos. Quem sabe esteja aí um novo estadista conservador.