Campinas reforça alinhamentos para enfrentamento à epidemia de dengue

Profissionais da Secretaria de Saúde de Campinas se reuniram na manhã desta quarta-feira, 28 de fevereiro, para reforçar os alinhamentos no enfrentamento à epidemia de dengue. O encontro no Salão Vermelho foi uma oportunidade para troca de experiências e ampliar diálogos em busca de otimizar e qualificar a assistência à população.

A reunião teve participações de gestores do Departamento de Saúde e do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), incluindo coordenadores dos distritos de Saúde e dos centros de saúde (CSs).

O secretário de Saúde, Lair Zambon, ressaltou a qualidade das equipes ao lembrar dos trabalhos realizados nos momentos mais críticos da pandemia da covid-19. Ele ainda comentou sobre o desafio neste período. “Fazemos uma avaliação diária da situação”.

A diretora em Saúde, Monica Nunes, enfatizou que 100% dos servidores estão envolvidos de alguma maneira diante da epidemia. Ela enfatizou eixos de trabalho como acolhimento e busca ativa de pacientes, além da necessidade de olhar diferenciado para o momento. Por isso, também abordou temas como fluxograma de notificações e manejo clínico.

Já a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben, apresentou os dados epidemiológicos e a projeção de cenário para os próximos meses que subsidiam a preparação da rede assistencial. Ela relatou ainda a importância dos trabalhos realizados desde o fim de 2023 para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e orientar a população sobre cuidados de prevenção.

Estatísticas

Desde 1º de janeiro, Campinas registrou 9.447 casos de dengue e uma morte pela doença.

A melhor forma de combater o Aedes aegypti é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.

Preocupação

Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado sorotipo 1

A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.

Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

O que já foi feito e próximos mutirões

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença.

Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.

O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril. As próximas datas são:

– 9 e 23 de março

– 6 de abril

Os locais serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme situação epidemiológica verificada pela Saúde. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.

Comitê de prevenção

Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.

No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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