Bolsa na gestão Lula tem pior ‘primeiros 100 dias’ desde FHC
O presidente Lula (PT) completou, nesta segunda-feira (10), seus 100 primeiros dias de governo. Mas não há muito o que comemorar. É o que diz um levantamento feito pela agência TradeMap, que analisou os 100 primeiros dias de todos os governos desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.
O desempenho da bolsa brasileira neste mandato de Lula é o pior desde o primeiro governo de FHC, em 1995.
O Ibovespa recuou 7,20% desde o início do ano até o fechamento desta segunda-feira (10), aponta o relatório.
Durante o evento em celebração pelos 100 primeiros dias de seu governo, nesta segunda, em Brasília, Lula passou a maior parte do tempo criticando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), furtando-se de exercer o discurso esperado para a proposta, que seria evidenciar o andamento do governo até o momento.
A gestão petista ainda está atolada na seara econômica; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, coleciona críticas – inclusive dentro do próprio partido – e o governo Lula parece não conseguir decolar esse “boeing” pródigo com 37 ministérios.
‘Governo de centro-direita, mas que respeita todos os eleitores’, avalia Kassab sobre 100 dias da gestão Tarcísio
Nesta segunda-feira, 10, o governador Tarcísio de Freitas completa 100 dias à frente do Palácio dos Bandeirantes, período em que enfrentou desafios, como a tragédia causada pelas fortes chuvas no litoral norte e o ataque a uma escola na zona oeste da capital paulista. Para avaliar a atuação de Tarcísio no comando do governo do Estado de São Paulo, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado, Gilberto Kassab. Para o político, o governador conseguiu construir consensos neste período: “É um governo de centro-direita, mas que respeita todos os eleitores (…) Tarcísio tem mostrado que acabou a campanha, ele quer governar para todos, ele tem mostrado que a ideologia não está presente no governo, o que está presente no governo são as gestões, os objetivos atendidos que foram apregoados em campanha e os compromissos assumidos”.
“Um governo não precisa buscar uma marca, um governo precisa buscar eficiência, precisa buscar um bom governo, precisa buscar uma boa relação com a sociedade, precisa mostrar um reconhecimento aos seus votos e precisa mostrar o seu valor. Nesses 100 dias, a avaliação do Datafolha nos enche de entusiasmo porque mostra que o governo está no caminho certo. O Tarcísio tem mostrado realmente muita capacidade, muita vontade de acertar e de trabalhar, seja no planejamento de ações estratégicas, seja nas ações emergenciais. Tudo isso com certeza está contribuindo para que ele tenha essa extraordinária imagem, que foi identificada pelo Datafolha”, declarou.
Após três meses à frente do governo de São Paulo, Tarcísio tem sua gestão avaliada como ótima ou boa por 44% da população, regular por 39% e ruim ou péssima por apenas 11%, segundo pesquisa do Datafolha. O levantamento também aponta que 33% dos eleitores de Fernando Haddad no pleito de 2022 avaliam positivamente a gestão. “A credibilidade que ele está conquistando por conta da sua atuação, da sua performance, tem sido transformado nessa avaliação. O que é muito positivo, é o perfil dele. Ele tem mostrado realmente muita humildade, muita capacidade de ação e humildade até para reconhecer alguns equívocos que aconteceram (…) Nesse 100 dias, sejam nas ações emergenciais, seja, em especial, na saúde e na educação com transformações muito importantes que ele vem apresentando nesse planejamento, acho que contribuiu para ele conquistar essa confiança, inclusive de quem não votou nele”, avaliou Kassab.
Entre os projetos da gestão Tarcísio, Kassab destacou a privatização da Sabesp, comentou as mudanças propostas na área da educação e garantiu que as determinações do Governo Federal, que suspendeu o novo Ensino Médio, não devem afetar a gestão estadual: “Na Sabesp o governador Tarcísio tem sido muito responsável, ele tem deixado claro que acredita e quer a privatização. Mas tem deixado claro também que ele quer ver os estudos, para que fique bem evidente que ela é positiva para o Estado. O que significa ser positiva? Que ela vai antecipar a universalização do serviço. Isto é, o mais rápido possível todos paulistas terão esgoto tratado, água à sua disposição e a tarifa mais baixa. Tudo isso o estudo precisa mostrar. Caso mostre, ele entende que mostrará e eu também entendo, ele encaminhará para a privatização”
“O Conselho Estadual de Educação, que é o órgão superior da educação no Estado de São Paulo já se manifestou oficialmente no sentido de deixar claro que os Estados não precisam obedecer a essa determinação do Governo Federal. Portanto, tenho plena confiança na continuidade das nossas ações, na autonomia do Estado de São Paulo para continuar esse processo de mudança importante que está acontecendo na educação. Sob orientação do governador, o secretário estadual está fazendo uma verdadeira revolução na gestão da educação. Hoje, as nomeações dos 90 delegados não obedecem mais critérios políticos, elas obedecem critérios vinculados á meritocracia. O secretário está promovendo um concurso entre os servidores públicos para selecionar os superintendentes das 90 delegacias. Isso tudo vai contribuir para que a gente tenha uma melhora expressiva da qualidade da educação no Estado de São Paulo”, detalhou.
O secretário estadual também opinou sobre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do Palácio do Planalto: “Os 100 dias do governo Lula foram 100 dias um pouco diferentes. Foi um governo praticamente de ruptura. No mês de janeiro tivemos o episódio do dia 8, que acabou contaminando as ações do governo. Acredito que ainda vai faltar algumas semanas para que a gente possa identificar com clareza o que será a conduta desse governo. O presidente Lula em alguns momentos, e falo isso de uma maneira muito respeitosa, acho que se excedeu um pouco nas manifestações. Na economia, o ministro Haddad tem tido um bom desempenho. Suas manifestações e a apresentação dos seus projetos corresponderam à expectativa do que pensa, na média, o brasileiro. Portanto, foram propostas não de um governo de esquerda, foram propostas para todo o Brasil (…) O mercado tem aceitado bem essas propostas do Ministério da Economia. Portanto, nesses 100 dias do governo Lula eu acredito que, na média, o governo é bem aprovado”.