‘Alvoroço sobre Covaxin é cortina de fumaça para blindar Estados e municípios’, diz senador
O senador Eduardo Girão (PODE) considera que a reação às denúncias de suposto superfaturamento na compra da Covaxin pelo governo federal é uma “cortina de fumaça” para os casos de corrupção envolvendo Estados e município durante da pandemia. Integrante da CPI da Covid-19, o parlamentar avalia que há um certo “alvoroço” de membros do colegiado com o assunto. “Tudo isso é uma cortina de fumaça para não se olhar para a corrupção, que tenho cobrado desde o início, que é dos Estados e municípios, que receberam bilhões de reais de verbas federais. É o que está na boca do povo, é o que as pessoas perguntam nas ruas para parlamentares que andam nas ruas. Quando é que vão olhar para o Consórcio Nordeste, por exemplo?”, questionou entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 24, se referindo a compra de respiradores no valor de R$ 47 milhões durante a pandemia e que nunca foram entregues. Para Girão, todas as denúncias devem ser investigadas, mas é preciso seriedade da comissão. “Essa ansiedade mostra realmente que a CPI vem andando em círculos e patinando. E nos causa um pouco de preocupação porque precisa ter lucidez, ter calma para confrontar dados, checar, sem precipitação. Não é isso que estamos vendo.”
Eduardo Girão afirmou que o deputado federal Luís Miranda, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e encabeça a denúncia na compra da Covaxin junto com o irmão, Luís Ricardo Miranda, tem “inúmeros processos” e estaria envolvido em “questão de estelionato”. “É feito um alvoroço, uma narrativa, que essa é a CPI das narrativas, e a gente fica no meio de fogo cruzado por projeto de poder”, afirmou. “Vamos ouvir amanhã os irmãos Miranda, que o governo apresentou ontem em coletiva dados, documentos, inclusive, conflitantes com o que foi apresentado pelo deputado. Sabia desde março e por que ele, que é um parlamentar e acesso livre à tribuna a hora que quer, não denunciou publicamente e esperou tanto para isso?”, completou. O senador disse considerar ainda que a questão envolvendo a aquisição do imunizante é “muito simples” e pode ser resolvida confrontando os dados e documentos.