Acidente em Vinhedo: áudio de caixa-preta mostra que último som foi de gritos
O áudio da caixa-preta do avião da VoePass que caiu na última sexta-feira (9/8), em Vinhedo (SP), foi revelado pelo Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Segundo dados do aparelho, o último som registrado pelos gravadores foram os gritos dos passageiros. Os áudios e a transcrição das gravações foram revelados pelo Jornal Nacional.
Segundo os investigadores, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva percebeu que a aeronave estava perdendo altitude, e avisou ao piloto Danilo Santos Romano que era preciso estabilizar o avião. Cerca de um minuto foi o tempo que demorou entre a percepção da perda de altitude pelos pilotos e a queda.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, os últimos registros dos gravadores foram os gritos da tripulação durante o um minuto de queda.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Cenipa, negou que os áudios das caixas-pretas tenham sido divulgados. “Nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB, envolvida no acidente aeronáutico em Vinhedo (SP), na última sexta-feira (09/08)”, diz trecho da nota.
Causa da queda
Os investigadores apontam que apenas com a análise dos áudios da cabine não é possível identificar a causa aparente para a queda.
Ao Jornal Nacional os investigadores disseram que a proximidade das hélices com a cabine de comando tem dificultado a escuta dos diálogos com clareza. A análise preliminar aponta que não foram identificados sons de alerta, como uma possível pane, alerta de fogo ou falha elétrica.
A hipótese de formação de gelo nas asas não foi nem confirmada nem descartada pelos investigadores.
A FAB informou que o relatório preliminar sobre a queda do avião da VoePass, em Vinhedo (SP), deve sair em um prazo de 30 dias. Os investigadores pretendem dar um desfecho junto com o relatório e tratam a tragédia como nebulosa.