Inflação do aluguel fica estável em novembro e acumulado em 12 meses desacelera para 18%
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou praticamente estável em novembro ao variar 0,02% ante alta de 0,64% em outubro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 29. O resultado faz o indicador utilizado como base para o reajuste do aluguel desacelerar para alta de 17,89% nos últimos 12 meses, contra 21,73% na soma do período encerrado em outubro. Desde o início do ano, o IGP-M registra avanço de 16,77%. Em novembro de 2020, o índice havia subido 3,28% e acumulava alta de 24,52% em 12 meses. De acordo com a FGV, a pequena variação de novembro é resultado da redução do preço das commodities no mês. “Apesar dos aumentos registrados para diesel (6,61% para 9,96%) e gasolina (2,79% para 10,17%) na refinaria, as quedas nos preços de grandes commodities, com destaque para minério de ferro (-8,47% para -15,15%), soja (-0,18% para -2,85%) e milho (-4,52% para -5,00%), favoreceram a manutenção da inflação ao produtor em terreno negativo”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
Além de influenciar o preço do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 1,17% na prévia de novembro. O resultado também mostrou a queda no ritmo na comparação com o mês anterior, mas ainda representou o maior valor para o IPCA-15 em 19 anos. No acumulado de 12 meses, a prévia da inflação de novembro registrou avanço de 10,73%. A diferença entre os dois indicadores é explicada pela fórmula da conta: enquanto o IPCA considera a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de agregar itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, que possuem grande influência da variação do dólar.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) — responsável por 60% do IGP-M— caiu 0,29% em novembro, após alta de 0,53% em outubro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,97% em novembro. No mês anterior, a taxa do grupo subiu 1,08%. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu de 2,65% em outubro para 3,38% em novembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 5,29% para 9,32%. O estágio das Matérias-Primas Brutas intensificou a queda em sua taxa, passou de -1,87% em outubro para -4,84% em novembro. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-8,47% para -15,15%), soja em grão (0,18% para -2,85%) e leite in natura (0,74% para -6,83%). Em sentido oposto, destacam-se os itens bovinos (-5,92% para -4,39%), trigo em grão (-2,43% para 1,36%) e pedras britadas (0,86% para
,60%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — que responde a 30% do total — variou 0,93% em novembro, ante 1,05% em outubro. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,93% para 0,34%). Nesta classe de despesa, destaque para a passagem aérea, cuja taxa passou de 22,84% em outubro para 1,62% em novembro. Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Habitação (1,04% para 0,37%), Alimentação (1,21% para 0,74%), Comunicação (0,40% para 0,17%), Vestuário (0,65% para 0,62%), Despesas Diversas (0,29% para 0,22%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,22% para 0,21%). Destaque para a tarifa de eletricidade residencial (2,90% para 0,12%), frutas (3,41% para -2,13%), tarifa de telefone residencial (3,91% para 1,74%), calçados (1,15% para 0,53%), alimentos para animais domésticos (1,70% para 1,46%) e medicamentos em geral (0,23% para 0,02%). Em contrapartida, apenas o grupo Transportes (1,07% para 2,93%) registrou acréscimo em sua taxa de variação. Nesta classe de despesa, se destacou o item gasolina, cuja taxa passou de 2,05% para 7,14%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) — que responde aos 10% restantes —variou 0,71% em novembro, ante 0,80% em outubro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (1,68% para 1,23%), Serviços (0,36% para 0,49%) e Mão de Obra (0,10% para 0,28%).