Guedes afirma que reforma administrativa é ‘filtro’ para valorizar servidores
Em um evento do Ministério da Economia voltado aos servidores públicos nesta quarta-feira, 24, o ministro Paulo Guedes defendeu a reforma administrativa e afirmou que as mudanças propostas pelo governo federal funcionarão como um “filtro” para valorizar a categoria. O chefe da equipe econômica voltou a ressaltar que a proposta não atingirá os atuais membros do funcionalismo público e que os trabalhadores mais experientes serão responsáveis pela avaliação dos novos servidores. “Nós só estávamos criando um filtro justamente para valorizar o funcionalismo atual dizendo: ‘olha, não é só fazer um concurso público que você ganhou estabilidade’. Você vai ser avaliado em sua integridade, prestação de serviço, assiduidade, na sua capacidade de trabalhar em equipe para então merecer a estabilidade de emprego.” O ministro participou da abertura do 1º Seminário de Direito Administrativo Disciplinar, promovido pela Corregedoria do Ministério da Economia. “Eu peço justamente o apoio do nosso funcionalismo, porque o que estamos falando é da modernização do serviço público, da digitalização, de maior produtividade e de meritocracia”, disse.
O ministro ainda afirmou que “as narrativas são sempre desfavoráveis” aos servidores e pediu para que eles não acreditassem “em versões editadas do que eu falo”. Como exemplo, ele citou a polêmica gerada em fevereiro de 2020 quando comparou alguns servidores públicos com parasitas. Segundo Guedes, a fala se referia aos municípios e Estados com quase todo o orçamento comprometido com a manutenção da máquina pública e que estão se tornando “unidades parasitárias”. “Eu nunca xinguei [os servidores públicos]”, disse, ao ressaltar que a sua mãe é funcionária pública. O chefe da equipe econômica também elogiou a equipe e disse que a sua Pasta enfrenta “dificuldades” pela constante saída de integrantes
para a iniciativa privada ou para outros órgãos do governo federal. “Toda hora estamos perdendo gente boa e de excepcional qualidade”, afirmou.
Guedes também disse que a interrupção de reajustes salariais dos servidores durante um ano e meio devido à pandemia do novo coronavírus foi uma contribuição ao país. O ministro afirmou que a categoria possui estabilidade no emprego, possibilidade de trabalhar de casa e recebe salário “relativamente bom” em comparação com o restante da economia. Guedes, no entanto, não citou a promessa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que os servidores federais teriam aumento salarial caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios fosse aprovada pelo Congresso. Nessa semana, o Tesouro Nacional apresentou a previsão de gastos com o novo recurso com sobra de apenas R$ 1,1 bilhão para despesas como o aumento dos salários.