Distrito Campo Grande, em Campinas, terá projeto de interligação de rotas cicloviárias
Um projeto de interligação de rotas cicloviárias no eixo da Avenida John Boyd Dunlop (JBD) pretende consolidar o uso da bicicleta integrado ao transporte público coletivo e ao Corredor BRT Campo Grande. O prefeito Dário Saadi anunciou, nesta quinta-feira, dia 11 de novembro, a implantação de quatro trechos de ciclofaixas, que totalizam 7,4 km de extensão. A iniciativa da Secretaria de Transportes (Setransp) e da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) atende a uma reivindicação de movimentos cicloativistas.
Participaram da live de lançamento o secretário de Transportes, Vinicius Riverete; o presidente da Emdec, Ayrton Camargo e Silva; o Diretor de Planejamento e Projetos da Emdec, Wilson Folgozi de Brito; o vereador Otto Alejandro, que representou a Câmara Municipal; e o representante do Pé na Estrada Bike Clube, Irineu Ramos.
Os quatro trechos de ciclofaixas serão implantados nas regiões do Jardim Florence / Pirelli (3,7 km), Jardim Garcia / Londres (2,1 km), Jardim Aurélia (0,9 km) e Satélite Íris / Pirelli (0,7 km). As ciclofaixas serão integradas a terminais e estações do BRT Campo Grande e contarão com paraciclos e bicicletários.
“Este primeiro lote de ciclofaixas ligará pontos, que apresentam demanda de ciclistas, até o Corredor da Avenida John Boyd Dunlop. Outras rotas estão sendo estudadas para ligar ciclovias existentes aos Corredores BRT. Esses estudos consideram, em primeiro lugar, a segurança dos ciclistas. A bicicleta é um modo de deslocamento sustentável e que promove a qualidade de vida para a população”, destacou o prefeito Dário Saadi.
O secretário de Transportes, Vinicius Riverete, enfatizou que “este é um dia importante para o ciclismo da nossa cidade. Foi um grande avanço o debate promovido com a categoria. E seguimos estudando novas propostas para interligação dos bairros aos Corredores BRT Campo Grande e Ouro Verde, por meio de ciclofaixas. Nosso objetivo é atender ao anseio da população, sem perder de vista a segurança dos ciclistas e dos demais atores do trânsito”, disse.
Os projetos serão viabilizados com recursos municipais, com previsão de finalização em seis meses. Enquanto as ciclovias são segregadas, as ciclofaixas são adaptadas ao sistema viário existente, pela sinalização de uma parte da pista de rolamento para uso exclusivo pelas bicicletas.
O presidente da Emdec, Ayrton Camargo e Silva, citou os fatores que foram considerados para a identificação das rotas cicloviárias: integração com estações e terminais, proximidade de pontos de interesse (escolas e centros de saúde) e ligação entre trechos de ciclovias existentes. “As ciclovias já estão presentes em nossa cidade. O desafio, agora, é promover as ligações, criando uma grande malha favorável ao deslocamento por bicicleta e que se integre ao transporte público coletivo. Para chegar a este modelo, colhemos muitas sugestões junto aos movimentos de ciclistas. Foi um processo muito rico para a cidade”.
Trajetos
Pela proposta inicial, a ciclofaixa Florence / Pirelli será sinalizada entre a Avenida Nelson Ferreira de Souza, passando pela Estação BRT Rossin e seguindo até a Estação BRT Florence. Ela se articula à ciclovia Pirelli / Sirius e atenderá aos bairros Jardim Florence I e II, Residencial Sirius, Residencial Cosmos e Núcleo Residencial Parque da Amizade.
O traçado da ciclofaixa Garcia / Londres começa na Rua Castelnuovo e segue pelas vias José Rosolem (marginal Av. JBD) e Ibirapuera, passando próximo à Estação BRT Garcia. Atenderá aos bairros Jardim Garcia, Jardim Londres e Vila Padre Manoel da Nóbrega. A ciclofaixa Aurélia, cujo início das obras está previsto para dezembro, será sinalizada ao longo da Avenida Império do Sol Nascente, desde a altura da Avenida Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, conectando-se à ciclovia “José Simari Ferreira” (Aurélia), até a Estação BRT Aurélia.
Já a ciclofaixa Pirelli / Satélite Íris dará continuidade à ciclovia Pirelli / Sirius e à ciclofaixa Florence / Pirelli, pela marginal da Avenida JBD, abrangendo o trecho entre a Rua Lúcio Esteves e o Terminal BRT Satélite Íris. Atenderá aos bairros Jardim Florence e Satélite Íris.
Transparência
Antes de ser consolidada, a proposta da Setransp e da Emdec foi amplamente discutida com a sociedade. Nos meses de setembro e outubro, diversos grupos de cicloativistas foram convidados para conhecer o projeto e apresentar sugestões.
Participaram das rodadas de discussão representantes dos seguintes grupos: Pé na Estrada Bike Clube, Coletivo de Ciclistas de Campinas, Bike Anjo Campinas, Massa Crítica Campinas, Ciclo Ativo Campinas, Grupo Pangarés, Pedal Nível 1,53, The Brothers, Pé Di Vela Bike e Doidos da Bike, além do Canal Campo Grande, Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) e Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema).
Presente durante o lançamento das ciclofaixas, Irineu Ramos, do Pé na Estrada Bike Clube, classificou o projeto como “virada de página”. “Louvamos a iniciativa de implantar ciclofaixas integradas ao Corredor BRT. É uma quebra de paradigma, esperamos que um período de resistência à implantação da mobilidade ativa fique no passado e que Campinas se abra para um novo momento, compatível com a agenda 21, já que a mobilidade ativa é o transporte do século 21”, enfatizou.
Sistema cicloviário
Campinas conta com 78 km de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas. Em 2021, três novos trechos cicloviários foram entregues: Campos Elíseos / Vila Aeroporto (2,3 km), Pirelli Sirius (2,6 km) e Amarais (6,7 km). Estão previstos outros 22 km de rotas cicloviárias, sendo 6,9 km da ciclovia Nova campinas / Jardim Flamboyant (Paineiras); 3,3 km da ciclovia Vila União; 5,6 km do sistema misto San Martin; e 6,2 km da ciclofaixa Barão do Café / Mata Santa Genebra.
Em outubro, foram iniciadas as obras de implantação da ciclovia Nova Campinas / Jardim Flamboyant, entre o acesso do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim e a Rua Ernani Pereira Lopes.