Na realidade invertida do Brasil, mídia aplaude CPI das trevas e pesquisa exalta maior ladrão da história
A verdade virou uma angulação do ego absolutista para o relativismo tupiniquim brasileiro. Prova disto é a CPI da inversão oportunista dos fatos, que vai terminando agora, com a graça de Deus e as bênçãos do Satanás. Satã, aliás, deve ter amado uma comissão para apurar irregularidades no combate à pandemia comandada por gente que teve família presa por desviar recursos de saúde em seu Estado. Na CPI do mundo bizarro, vai se apurando que houve corrupção sem dinheiro na compra não feita de vacinas que não foram importadas; vai se apurando que o governo fez muito mal em tentar salvar vidas com compra de remédios; vai se apurando que empresário governista é culpado por vestir verde e amarelo, lucrar, dar trabalho a seus empregados e doar respiradores ao Estado onde o presidente da comissão é acusado de meter a mão em desvios de recursos.
Na CPI do mundo invertido, apura-se, para além da investigação sobre irregularidades na pandemia, que é homofóbico o empresário governista que diz que um senador, homossexual declarado, seria um homossexual declarado que desvia o foco de sua atenção por sua sexualidade. Apura-se que piada de mau gosto seria crime relacionado ao combate à Covid-19. Só não se apura, na CPI do mundo bizarro, os inúmeros casos de desvios de recursos de prefeitos e governadores acusados de desviar fortunas em equipamentos para salvar gente. Apura-se que as 600 mil mortes pelo vírus são da responsabilidade de um presidente que foi impedido pelo STF de comandar o combate a Covid-19. Não se apura que o isolamento social , totalmente comandado por prefeitos e governadores, com transportes cheios de pessoas que infectaram outras pessoas, inclusive seus familiares em
casa, foi um desastre. Apura-se que cada morte é responsabilidade direta do presidente que, ao entrar numa padaria sem máscara, dizia que o isolamento causaria fome, miséria, desemprego, e, a médio e longo prazos, mais mortes que a própria Covid — coisa apurada pela ONU e o Banco Mundial, que previram centenas de milhões de miseráveis e mortos pelo isolamento social praticado no mundo.
A grande mídia aplaude a CPI da realidade invertida porque não ganha dinheiro do presidente e tem raivinha dele por isso. Daí, ela aplaude o relator com duas dezenas de processos de corrupção em conluio com o presidente acusado de desviar recursos de saúde e investigado por pedofilia. A grande mídia aplaude quando médicos, advogados, empresários e mulheres são constrangidos e humilhados por tentarem salvar vidas e exercer seu trabalho dignamente. Com exceções, claro: quando uma senadora antigovernista, em surto histérico, ofende aos berros um ministro, é chamada de descontrolada. Aí vira machismo. Médicas que tentaram salvar vidas com tratamento preventivo podem ser humilhadas à vontade, segundo a grande mídia. Contra o governo, tudo pode. A favor, tudo é crime. A grande mídia, aliás, aplaude a inversão da verdade já há um tempinho. O protesto de terceira via sem ninguém e o protesto da esquerda sem ninguém, ambos contra o governo, são aplaudidos por multidões em redações e institutos de pesquisas. O maior ladrão da história, solto pelo STF, não junta meia dúzia de pessoas em seus comícios. Já o presidente odiado junta dezenas de milhões. Mas, segundo institutos de pesquisa, o ladrão tem 345% de intenções de voto. Mais: segundo os institutos de pesquisa da grande mídia, o ladrão seria o mais bem avaliado para o combate à corrupção.
A grande mídia se cala. A grande mídia bate o pé e diz que centenas de milhões silenciosos querem derrubar o governo, que não dá mais dinheiro para a grande mídia, coisa que o ladrão solto pelo STF fazia. Coincidência, claro. Segundo a imprensa, milhões de direita nas ruas e redes são bolhas. Milhões pedindo por liberdade e democracia contra desmandos do judiciário são golpistas. O povo falando por si mesmo é antidemocrático. Democrático seria apenas o juiz que diz representar o povo, mas o persegue por criticá-lo. Dezenas de milhões invisíveis e inaudíveis seriam o verdadeiro povo que não vai às ruas, segundo a grande mídia. Bem que os habitantes de redações e institutos de pesquisa podiam aparecer nas ruas para dar uma força à multidão silenciosa e invisível que eles enxergam.
No tripé da apologia à verdade torta, resta o STF. Prende pessoas por crime de opinião,
manda apagar perfil e rede social, cria inquérito que demoniza como “fake news” toda e qualquer manifestação ideológica contra o progressismo judiciário ou toda crítica contra o tribunal. Soltou o ladrão-mor da República para que ele seja candidato — e todos os seus asseclas. A grande mídia silencia sobre os crimes do ladrão-mor. E aplaude o STF contra atos antidemocráticos. Quais mesmo? Ah, sim, do tipo soltar rojão em Brasília e fazer vídeo para expulsar Satanás da igreja. E aí entra talvez a única verdade quase absoluta, calcada em torno deste império de mentiras. A pesquisa que indica o maior ladrão da história da República como principal combatente da corrupção talvez seja fruto real desta tonelada de mentiras perpetradas pelo trio de poderes da subversão da verdade: CPI da Covid-19, grande mídia e STF.
Talvez seja verdade que boa parcela da população tenha comprado Lula como vítima do sistema de corrupção que, na verdade, ele mesmo criou e ampliou. De tanto martelarem o inverso da verdade, talvez tenham já levado boa parte da população a crer em suas mentiras. Não são todos os brasileiros que se informam a fundo. Se juízes, professores, artistas e canais de TV martelam a inversão da verdade diariamente em seus ouvidos, eles podem aprender o inverso da verdade como ideal a ser defendido. Podem defender Lula, o maior ladrão vivo da história da República, como salvador da pátria. Não é todo inverdade. Lula, eleito, salvará parte da pátria que mente em nome de falso combate à mentira: o STF, a grande mídia e a porção mais espúria do establishment político representado pela CPI.
ADRILLES JORGE