Em resposta a Fux, Bolsonaro diz que ninguém precisa temer as manifestações de 7 de setembro
Horas depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, manifestar preocupação com as manifestações do dia 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que “o Brasil está em paz” e que “ninguém precisa temer” os atos marcados para o Dia da Independência. “Hoje eu vi o ministro Fux dizendo que não pode haver democracia sem respeitar a Constituição. Palmas para o ministro Fux. Realmente não existe democracia se não respeitarmos a Constituição em todos os seus artigos, especialmente o 5º”, ironizou Bolsonaro, citando a parte da magna-carta que versa sobre liberdade de expressão. Nas redes sociais ou por meio de seus pronunciamentos, o presidente vem convocando seus apoiadores para irem às ruas na próxima terça-feira, 7. O Palácio do Planalto espera adesão maciça. Entre as pautas que grupos bolsonaristas prometem apresentar está o impeachment de ministros do Supremo — especialmente o de Alexandre de Moraes.
Fux havia dado o recado durante a abertura da sessão no STF. “Num ambiente democrático, manifestações públicas são pacíficas. A liberdade de expressão, por sua vez, não comporta violências e ameaças. O povo jamais aceitaria retrocessos. Há mais de 30 anos, manifestaram o desejo de democracia. E esse desejo permanece vivo. O STF tem sido um ferrenho defensor das liberdades”, avisou o magistrado. “Esta Suprema Corte, guardiã maior da Constituição e árbitra da Federação, confia que os cidadãos agirão em suas manifestações com senso de responsabilidade cívica e respeito institucional, independentemente da posição político-ideológica que ostentam.”
Bolsonaro respondeu que “falta uma ou outra autoridade reconhecer que extrapolou para trazer a paz para o Brasil”. Ele disse ainda que nunca brigou com nenhum dos outros dois Poderes do país (Legislativo e Judiciário) e que os manifestantes do 7 de setembro gritarão por liberdade. “Pretendo ocupar um carro de som na avenida Paulista, que deverá ter umas 2 milhões de pessoas. Ao que tudo indica, vai ser um recorde.”