‘É duro para governadores saberem que policiais apoiam Bolsonaro’, diz Constantino
Na reunião do Fórum dos Governadores que aconteceu nesta segunda-feira, 23, os governadores firmaram um compromisso: os gestores estaduais vão propor uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, com os chefes dos três Poderes – os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF) – e com os comandantes das Forças Armadas. A sugestão partiu do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB). O encontro ocorreu no Palácio Buriti, sede do governo do Distrito Federal, em meio à crise institucional. Alguns governadores compareceram presencialmente, mas a maioria participa de forma virtual. Os comandantes dos Estados também reforçaram o “Pacto pela Vida”, iniciativa para garantir vacinas para o país e mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus, além da criação do consórcio “Brasil Verde”, que visa garantir aos entes da Federação uma via legal para obter investimentos de fundos internacionais com foco na agenda do clima. Os governadores também firmaram o compromisso de manter as polícias
“nos trilhos da lei”. Segundo apurou a Jovem Pan, os gestores estaduais que fazem oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro alertaram os colegas do risco de uma “bolsonarização” da corporação. O acordo foi costurado no mesmo dia em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu afastar o coronel da Polícia Militar Aleksander Toaldo Lacerda, que fez uma convocação para a manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro.
Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, o comentarista Rodrigo Constantino falou sobre a decisão de Doria, dizendo que o tucano inveja a “adesão popular” de Bolsonaro e afirmando ser duro para os mandatários perceberem que os policiais apoiam o atual governo. “Eu vejo que o governador João Doria deve morrer de inveja do presidente Bolsonaro, ele adoraria ter a adesão popular que o presidente tem, inclusive esse tipo de apoio vindo de policiais. Estruturalmente falando, eu acho um problema grave as polícias serem controladas pelos governadores desta forma. Acho que tinham que ser entidades de Estado, e não de governo. Esse tipo de influência é nefasta. É duro para os governadores saberem que, de forma geral, os policiais apoiam o presidente. E ai a gente diz que ‘tem que respeitar a Constituição’, mas é justamente o Supremo que está rasgando a Constituição. É disso que se trata. São posturas táticas de quem, no fundo, quer preservar o status quo. Vamos colocar as coisas às claras, os pingos nos is: esse ‘mecanismo’ está tentando derrubar Jair Bolsonaro”, disse Constantino.