‘Voto impresso não beneficia nem Bolsonaro nem Lula, mas a cidadania’, diz Janaína Paschoal

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) afirmou que, se fosse deputada federal, votaria a favor do voto impresso auditável. Ela lembrou que, desde muito antes do presidente Jair Bolsonaro se anunciar como potencial candidato, sempre defendeu a prática — inclusive em sala de aula, como professora. “Sou defensora, sim, do voto impresso. Não sou deputada federal, se fosse votaria favoravelmente. Sempre defendi como forma de garantirmos a democracia. Lembro de uma eleição, não lembro ano ou candidatos, que houve um QG no TSE. Um grupo pequeno de pessoas trancafiado para fazer apuração. Repentinamente, saiu o resultado. Foi algo muito revoltante e, na época, eu estava dando aula de direito eleitoral em um curso de pós-graduação. Tinha acabado de ministrar uma aula mostrando que a apuração dos votos precisa acontecer de maneira pública, passo-a-passo. O que ocorreu naquele momento subverteu toda a situação eleitoral.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, a deputada estadual negou que não confie no sistema eleitoral e que esteja levantando a tese de fraudes. “Entendo que todo instrumento de segurança, para que possamos ter confiança no resultado da apuração, é bem vindo. Não consigo compreender as resistências.” Segundo ela, o argumento de que a implantação do sistema seria cara não convence. “Gente, desculpa. Mas o dinheiro público que é gasto para manter esses partidos, que são pequenos feudos, poderia ser investido em uma garantia de maior segurança. Tenho clareza que essa garantia não vai beneficiar o Bolsonaro, o Lula, nem quem quer que venha a se candidatar. Essa garantia vem favorecer a cidadania. Não estou colocando em cheque a palavra dos ministros, do STF, dos magistrados da Justiça eleitoral. Não estou discutindo pleitos anteriores. Estou defendendo um instrumento de maior segurança para eleições futuras.”

Janaína Paschoal confirmou que assiste a criação de uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ela, na Alesp, PSDB, PT, Rede e Novo “são todos parte de uma coisa só”. Segundo a parlamentar, isso a coloca em um isolamento que absoluto. “Não me encaixo nesse pessoal que se declara bolsonarista, não consigo. Não dá. E nem nessa massa morfa do PT, PSDB, Rede, Novo. E nem naquele centro clássico que fica próximo de quem está no poder.” A deputada disse que tudo o que pode fazer expor o que enxerga. “Essas pessoas estão, sim, formando uma frente ampla. Converso com pessoas anti-PT, anti-Dilma, que apoiaram o impeachment e a Lava Jato. E ouço elas dizerem que ‘não é tão ruim assim’ e que ‘Bolsonaro é pior’. Quando pergunto sobre um possível Bolsonaro x Lula em 2022, algumas pessoas dizem que vão anular. Outras dizem que não votam no Bolsonaro de jeito nenhum e que o Lula aprendeu.”

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