Ana Paula: Gerente da Pfizer pôs prego no caixão da CPI, que começa a virar arma para reeleger Bolsonaro

Em depoimento à CPI da Covid-19 no Senado nesta quinta-feira, 13, o gerente geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou que em 2020 a empresa fez ao Brasil oferta de doses de vacina contra o novo coronavírus, que foram todas ignoradas. O executivo da farmacêutica também foi questionado sobre o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o imunizante. “Foi um dos primeiros países do mundo a ter o registro permanente. Não tivemos dificuldade com o processo da Anvisa”, esclareceu. O tom pautado pelo relator Renan Calheiros (MDB) na conversa desta quinta foi mais ameno do que o dos questionamentos aplicados ao ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, que chegou a ser ameaçado de prisão. Mesmo assim, a Advocacia-geral da União enviou hoje um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, permaneça em silêncio durante o depoimento que prestará na próxima semana.

A comentarista do programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel, acredita que a comissão não está causando ao relator e à oposição o efeito que eles desejavam contra o presidente. “De circo, a CPI começa a se tornar uma arma na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, porque chamam ex-ministros e agora esse depoimento aí do gerente-geral da Pfizer foi mais um prego nesse caixão”, afirmou. Ela afirmou que analisou o comportamento da mesa ao longo de toda a sessão e percebeu uma espécie de “manipulação” nas perguntas feitas a Carlos Murillo. “Eu percebi que em algumas respostas o próprio relator Renan Calheiros cortava o depoente antes dele concluir a resposta e em várias situações ele continuava perguntando perguntas similares para aquelas respostas que não atingiam o objetivo do relator e do presidente dessa CPI”, disse, lembrando que, nesta quinta-feira, o representante da Pfizer desmentiu a afirmação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta de que o país poderia ter vacinas em novembro de 2020.

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