Campinas registra queda de 39% nas mortes por coronavírus
O município de Campinas, que sustenta o maior índice de mortalidade da RMC – 248 mortes por 100 mil habitantes –, registrou, entre os dias 18 e 24 de abril, período referente à 16ª Semana Epidemiológica, queda de 39,2% nos óbitos por coronavírus. A doença deixou 102 vítimas fatais. Na semana anterior, foram 168 falecimentos, segundo nota do Observatório PUC-Campinas. (VEJA NOTA COMPLETA)
O número de novos casos também apresentou redução: foram 2 mil infectados no período, 12% a menos em relação à semana antecedente. Os dados do município acompanham tendência de queda em todo o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), que também manifestou variações negativas de casos e mortes na 16ª Semana Epidemiológica.
Apesar da desaceleração, que resultou na redução do número de internações do DRS-Campinas nas últimas três semanas – cerca de 40%, de acordo com a nota –, a pressão sobre o sistema de saúde continua alta, sobretudo na rede pública. A ocupação de leitos de UTI permanece próxima de 100%. Em Campinas, o Hospital de Clínicas da Unicamp tem taxa de 80%.
Diante da situação, o infectologista André Giglio Bueno insiste que os movimentos de reabertura da economia são inadequados. “Mesmo com a tendência de redução consistente, a sobrecarga sobre o sistema de saúde ainda é crítica. A baixa adesão às medidas de prevenção da população, a ausência de estratégias de rastreamento e testagem, bem como a baixa cobertura vacinal são fatores que tornam plausível e provável um novo aumento de casos”, afirma o professor da PUC-Campinas.
No aspecto econômico, a análise do professor Paulo Oliveira é temerosa. Segundo ele, uma nova onda de contaminações pode ocasionar um movimento de “abre e fecha” dos estabelecimentos, condição prejudicial à administração dos negócios. “Além disso, a elevada taxa de desemprego, combinada com a drástica redução e atrasos na liberação dos auxílios federais para atenuar os impactos negativos da crise sanitária, deve tornar a diminuição de demanda agregada o principal problema a ser enfrentado em 2021”, destaca.
Por outro lado, a boa notícia, afirma o economista, é a possibilidade de retomada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), avalizados pelo Congresso Nacional por meio da Lei de Diretrizes do Orçamento.
“O BEm, apesar de forte impacto negativo na manutenção da renda de indivíduos com salários mais elevados, mostrou-se eficaz na sustentação no nível de emprego em 2020. A expectativa do governo é destinar R$ 15 bilhões para os dois programas”, avalia Oliveira, que coordena as análises relativas à covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas.
Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.