Datafolha: inflação faz 58% dos brasileiros comprarem menos alimentos
Por conta da inflação, 58% dos brasileiros passaram a comprar menos alimentos do que costumavam antes, segundo pesquisa Datafolha divulgada no domingo (13). Entre os mais pobres, o percentual sobe para 67%.
A pesquisa também mostra que 8 em cada 10 brasileiros tiveram mudanças de hábitos devido à alta dos preços. Entre as principais mudanças estão sair menos para comer fora de casa (61%), a troca da marca de café por uma mais barata (50%), a redução do consumo de luz, água e gás (50%), a diminuição do consumo de bebida (49%) e a compra de menos remédios (36%).
Mais da metade dos brasileiros crê que criminalidade aumentou
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha mostra que 58% dos brasileiros consideram que houve aumento da criminalidade nas suas cidades nos últimos doze meses. Os dados foram divulgados neste sábado (12).
Conforme o levantamento, a avaliação de piora é predominante entre homens, mulheres, jovens, idosos e pessoas de diferentes faixas de renda e opções partidárias. Nos últimos anos, especialistas têm afirmado que o aumento do poder das facções criminosas e a escalada de roubos de celulares agravam a percepção de insegurança entre os cidadãos.
A pesquisa, realizada entre 1 e 3 de abril deste ano, ouviu a opinião de 3.054 pessoas acima de 16 anos de 172 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Ainda conforme o levantamento do Instituto Datafolha, 25% dos entrevistados avaliam que não houve alterações no cenário de criminalidade. Já a minoria, 15%, acredita que os crimes caíram
A percepção de piora é maior entre mulheres, moradores de capitais e regiões metropolitanas e da região Sudeste.
Nas capitais e regiões metropolitanas, 66% dos moradores destacam o avanço da criminalidade. Já nas cidades do interior, 51% destacam que o problema aumentou.
Entre os homens, 52% acreditam que houve aumento na criminalidade, enquanto 19% percebem uma diminuição. Já entre as mulheres, 62% dizem que houve alta e apenas 12% falam em queda.
Entre aqueles que ganham mais de dez salários mínimos, 64% responderam que a criminalidade aumentou e só 12% disseram que diminuiu. A margem de erro nesse segmento, segundo Instituto Datafolha, é de oito pontos percentuais.
Para aqueles que ganham menos de dois salários mínimos, o relato de piora é de 59%. Nesse estrato socioeconômico, 16% responderam ter observado redução no problema. Aqui, a margem de erro é de três pontos.
Entre os que têm renda entre cinco e dez salários mínimos, metade avalia que a criminalidade piorou, 31% entendem que permanece igual e 16% relatam melhora. A margem de erro é de cinco pontos.
Questionados sobre a segurança nos bairros onde moram, 44% dos entrevistados disseram que a criminalidade aumentou na sua vizinhança. Para 38%, a situação permanece da mesma forma. Já 19% deles afirmaram que o problema reduziu.
A percepção da insegurança, segundo especialistas tem mostrado nos últimos anos, é agravada pela escalada de roubos de celulares. Os telefones se tornaram alvos preferenciais dos ladrões, uma vez que se transformaram em espécies de pequenas agências bancárias.
Com o aparelho, é possível fazer transferências de dinheiro por meio do Pix ou de aplicativos bancários, o que potencializa o lucro dos bandidos.
E diferentemente de homicídios, que são mais comuns nas periferias, roubos e furtos também se multiplicam em bairros ricos e de classe média, o que deixa um número maior de cidadãos assustados.
Em São Paulo, nos últimos meses, houve uma escalada de crimes violentos – incluindo latrocínios – em bairros de alto padrão, como Pinheiros. A Secretaria da Segurança Pública tem afirmado que está reforçando o efetivo policial, reorientando o patrulhamento conforme as taxas de crimes e aumentando os recursos para a investigação.
Tarcísio foi decisivo para as assinaturas da anistia, diz líder do PL
O deputado federal e líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou, nesta sexta-feira (11), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi “muito decisivo” na reta final das assinaturas para o requerimento de urgência da anistia, projeto que visa perdoar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Tivemos ajuda importantíssima do governador Tarcísio. Na reta final ele foi muito decisivo, bem como do governador Cláudio Castro do Rio de Janeiro conseguindo assinaturas, porque a maior dificuldade dessa lista é quando está faltando 10, 15 pessoas. Todas querem ser o 257. É um desafio enorme”, disse Sóstenes nesta manhã.
Tarcísio esteve presente no último ato a favor da anistia, organizado por líderes da direita, que ocorreu na Avenida Paulista e contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a manifestação, o governador paulista realizou um discurso e afirmou que “Deus vai tocar no coração de cada parlamentar, deputado, senador, de cada líder. Nós vamos ter anistia e essa anistia vai ser uma conquista de cada um de vocês”.
Brasil registra recorde histórico de saída de dólares no 1º trimestre de 2025
O Brasil registrou, no primeiro trimestre de 2025, a maior fuga de dólares desde o início da série histórica do Banco Central, iniciada em 1982. O saldo do fluxo cambial ficou negativo em US$15,8 bilhões, superando inclusive os números de 2020, ano marcado pela eclosão da pandemia de covid-19, quando a saída líquida de dólares somou US$11,4 bilhões no mesmo período.
Os dados constam no relatório semanal “Movimento de Câmbio Contratado”, divulgado pela autoridade monetária. O documento acompanha as movimentações de entrada e saída de dólares do país, com base nos contratos de câmbio firmados pelos bancos comerciais com o mercado não financeiro.
A maior pressão veio do canal financeiro, que inclui operações como remessas de lucros e dividendos ao exterior, e registrou saída líquida de US$23,1 bilhões entre janeiro e março. No segmento comercial, que envolve exportações e importações, houve uma entrada líquida de US$7,3 bilhões, o que amenizou parcialmente o saldo final negativo.
Especialistas apontam que o aumento das incertezas e tensões no cenário internacional, sobretudo em relação à política dos Estados Unidos sobre taxação do comércio global, tem contribuído para a intensificação da saída de capital estrangeiro do país.
Antes deste ano, a maior fuga de dólares registrada em um primeiro trimestre havia sido em 1999, com um saldo negativo de US$13,7 bilhões. Em contraste, o recorde de entrada de recursos no mesmo período ocorreu em 2011, com US$35,6 bilhões.