Febre amarela: em uma semana, Campinas quase dobra número de vacinados com estratégia domiciliar

A Secretaria de Saúde de Campinas já registrou 3.945 pessoas vacinadas contra a febre amarela com uso da estratégia de imunização de casa em casa. As doses foram aplicadas em áreas rurais no período de 5 a 22 de fevereiro e o balanço inclui ainda resultados das mobilizações realizadas no último fim de semana na loja de materiais Leroy Merlin, às margens da Rodovia Dom Pedro I (SP-065), e no supermercado Good Bom, em Sousas.

Há uma semana, o total de pessoas vacinadas por meio desta iniciativa era de 2.071. Com isso, houve um crescimento de 90,4% nos últimos sete dias com novas mobilizações.

Desde o início foram abordadas 10.706 pessoas. No grupo das que não receberam a vacina quase todas estavam imunizadas contra a doença, mas foram registradas recusas pontuais.

Vacinação geral

  • Imóveis trabalhados: 4.012
  • Pessoas abordadas: 10.706
  • Pessoas vacinadas: 3.945

Ação de sábado

  • Imóveis trabalhados: 1.213
  • Pessoas abordadas: 2.828
  • Pessoas vacinadas: 1.277

Campinas tem neste momento

Campinas tem neste momento 26 centros de saúde (CSs) atuando na estratégia. As unidades participantes são: Carlos Gomes, Jardim San Diego, Vila 31 de Março, Taquaral, Joaquim Egídio, Sousas, União dos Bairros, São Cristóvão, Parque Floresta, Village, Santa Rosa, Barão Geraldo, Jardim Eulina, Jardim Santa Mônica, Parque Santa Bárbara, Jardim Paranapanema, Vila Orozimbo Maia, Vila Ipê, Jardim Esmeraldina, Jardim São Vicente, Jardim São Domingos, Jardim Nova América, Parque da Figueira, Carvalho de Moura, Campina Grande e Jardim São Cristóvão.

O reforço no alerta para imunização é direcionado principalmente aos viajantes, moradores ou frequentadores de regiões onde há possibilidade de circulação do mosquito transmissor, incluindo zonas rurais, áreas de floresta, mata fechada e borda de mata. Além de Campinas, outras cidades de São Paulo e de Minas Gerais já registraram casos da doença.

“A vacinação é a principal estratégia de prevenção e controle da doença, sendo essencial para a proteção da saúde. A atenção deve ser redobrada para aqueles que moram, atuam ou se deslocam para onde o risco de transmissão é maior”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli.

 

Reforço em ações e contexto

A medida de reforço na imunização para residentes em áreas de risco e viajantes foi alinhada pela Saúde junto ao governo do Estado e teve início logo após casos confirmados de febre amarela em cidades próximas localizadas em São Paulo e Minas Gerais.

Campinas registra dois casos confirmados de febre amarela em residentes. Um teve desfecho óbito, e o outro evoluiu para cura. Além disso, foram encontrados dois macacos mortos que testaram positivo para a doença. Este animal não é transmissor, mas, sim, vítima. A presença de primatas doentes serve como “alerta” aos órgãos da saúde sobre a circulação do vírus, uma vez que quando contaminados eles dificilmente sobrevivem.

A doença

A forma da doença que ocorre no Brasil é a febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora dos centros urbanos. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de cabeça, náuseas e leva a sangramentos no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos casos, causar a morte.

Vacinação ampliada

A orientação do Programa de Imunização é para que todos os moradores de Campinas, a partir de 9 meses, que ainda não receberam a dose, compareçam aos CSs para aplicação. Vale destacar, porém, que a vacinação é seletiva, ou seja, as pessoas a partir de 5 anos que já tomaram uma dose ao longo da vida não precisam receber outra.

Quem tiver dúvidas sobre já ter recebido ou não o imunizante deve procurar uma unidade básica.

A ampliação da vacinação vale para os seguintes grupos em áreas de risco:

  • Crianças de 6 a 8 meses: recebem uma dose durante a ação. Os responsáveis serão orientados para garantirem a vacinação completa, sendo: uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos.
  • Pessoas com 60 anos ou mais: a vacinação será realizada dependendo da avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação da vacina febre amarela nessa faixa etária.
  • Gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses: são orientadas a suspender a amamentação por dez dias após a vacinação e recebem as recomendações para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação. Dessa forma o aleitamento neste período pode ser garantido.

“Moradores das áreas urbanas que visitam ou frequentam áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e região rural devem receber uma dose dentro dos critérios de ampliação de vacinação”, explicou a enfermeira Cíntia Bastos, do Programa de Imunização de Campinas.

Antes desta medida, o esquema de rotina já ocorria da seguinte forma:

  • Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos.
  • A partir de 5 anos, adolescentes e adultos: uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, e se não houver registro em sistema do SUS Municipal, deve receber nova vacina.

Em 2024, a cobertura ficou em 83,6%, abaixo da meta de 95% orientada pelo Ministério da Saúde. Este percentual ainda está sujeito a revisão, mas neste momento é superior aos índices de 2023 e 2022, quando foram contabilizados, respectivamente, 82,8% e 70,9%.

Serviço

As salas de aplicação da vacina funcionam conforme horário de cada centro de saúde. Os endereços e contatos estão no site: https://vacina.campinas.sp.gov.br.

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