Jovem desaparece durante chuva forte em Campinas
O fotógrafo André Dellapina foi um dos moradores que tentou ajudar a jovem de 18 anos Sara Gabrielli de Souza Silva, desaparecida após ser arrastada pela enxurrada durante a chuva da noite de quinta-feira (24) em Campinas (SP). Segundo ele, por pouco não foi possível retirá-la do local.
Dellapina enfrentou a enxurrada e tentou jogar uma mangueira da casa que fica em frente ao local onde a mulher estava, mas o material não tinha flexibilidade suficiente.
Segundo ele, a força da água formava uma onda que passava sobre a cabeça da mulher. Os bombeiros seguiam em buscas pela vítima até a última atualização desta reportagem.
“Eu falei: ‘tenta segurar’. A água estava afogando ela, estava formando como se fosse uma onda. Só que na hora que ela soltou, o motoboy já estava aqui comigo, a gente tentou ir na mangueira, ela foi pro lado de dentro ao invés de vir pro lado de fora. E foi por pouco que a gente não conseguiu”.
A jovem de 18 anos estava de carro na Avenida Sylvio Moro, na Vila Industrial.
A Defesa Civil de Campinas confirmou que a corporação atua no local e informou que equipes municipais estão apoiando as buscas. O Centro de Gerenciamento de Emergências do governo de São Paulo acompanha o caso.
A avenida Sylvio Moro fica às margens do Ribeirão Piçarrão, córrego que, frequentemente, sofre com inundações. No local, carros foram filmados boiando durante o temporal desta quinta.
Bombeiros fazem buscas no Ribeirão Piçarrão, em Campinas, onde jovem foi levada pela enxurrada — Foto: Júnior Gomes/EPTV
A chuva acompanhada de ventos fortes e raios provocou alagamentos e arrastou carros em Campinas (SP) e outras cidades da região no início da noite desta quinta-feira.
Imagens enviadas à EPTV, afiliada da Globo, mostram carros boiando na região do Piçarrão e no Jardim Proença, em Campinas. Pontos de alagamentos foram registrados também no Centro, na Vila Industrial e no Jardim Baronesa.
Nos hospitais municipais Mário Gatti e Mário Gattinho, a água da chuva alagou consultórios e corredores. Segundo a prefeitura, parte da recepção do Hospital Mário Gattinho, que é pediátrico, e a sala de espera do Raio-X da unidade foram afetados. O atendimento no hospital pediátrico não foi interrompido.
“A água entrou pelo ar-condicionado e pelas janelas, porque o isolamento foi danificado com o vento forte e o grande volume de chuva em pouco espaço de tempo”, informou a prefeitura.
Já no Pronto-Socorro adulto do Hospital Mário Gatti, a recepção e salas foram atingidas. Com isso, o atendimento foi transferido para outra ala. “Houve um atraso temporário, mas a assistência foi normalizada por volta das 21h”, admitiu a prefeitura.
“Equipes de manutenção foram acionadas de imediato e todas as medidas necessárias foram adotadas. Por medida de precaução, para evitar que caíssem, placas do forro da unidade foram removidas porque ficaram molhadas. A entrada da chuva ocorreu porque as calhas não suportaram o volume de água”, explicou a administração municipal.
Já no Hospital PUC-Campinas, a água também invadiu corredores. Em nota, a assessoria do hospital informou que “as providências foram tomadas e não houve nenhum prejuízo à assistência aos pacientes”.