Se exercesse pressões por vacina, seria acusado de interferência, diz Bolsonaro
Presidente defende isenção da Anvisa e diz que caso algum imunizante seja aprovado, ele será distribuído de forma gratuita e não obrigatória
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo, 27, que caso fizesse pressões pela vacina contra o novo coronavírus, seria acusado de “interferência e irresponsabilidade.” Em postagem nas suas redes sociais, o presidente disse que existem quatro laboratório desenvolvendo estudos clínicos no país, mas que ainda não houve nenhum pedido de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Bolsonaro também afirmou que a agência pertence ao Estado, e não ao governo, e que assim que um pedido para uso emergencial for aprovado, “a vacina será ofertada para todos e de forma gratuita e não obrigatória.”
No texto compartilhado neste domingo, Bolsonaro também afirmou que há pressa para “obter uma vacina segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados.” O presidente voltou a mencionar possíveis efeitos colaterais dos imunizantes contra a Covid-19 e disse que “a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido.”
Durante passeio por Brasília neste sábado, 26, o presidente afirmou que não se sente pressionado para a aprovação do imunizante, e disse que “não dá bola” para o fato de outros países já terem começado a imunização em massa das suas populações. Na semana passada, o presidente chegou a minimizar a importância da vacina contra a Covid-19 ao afirmar que não há razão para apreensão sobre a doença que já matou mais de 190 mil brasileiros em nove meses. “A pandemia, realmente, está chegando ao fim. Temos uma pequena ascensão agora, que chama de pequeno repique que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica.”