Mitos e Verdades sobre a Meningites 

Causada pela bactéria Neisseria meningitidis, a meningite meningocócica é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, sendo considerada uma doença potencialmente grave, que pode deixar sequelas e até mesmo levar a óbito em menos de 24 horas. Devido a sua gravidade e rápida evolução dos sinais e sintomas, é importante que a população conheça mais sobre a meningite meningocócica. A Dra. Cristiana Meirelles, gerente médica da Beep Saúde, listou alguns mitos e verdades sobre a doença.  

A Beep Saúde, maior empresa de saúde domiciliar do país, atua em Campinas há um ano e surgiu com o objetivo de colocar a tecnologia a favor do segmento e torná-lo mais acessível. O modelo de negócio tem como premissa levar saúde para as famílias brasileiras no conforto de suas casas. Com agendamento pelo aplicativo ou site, a Beep disponibiliza todas as vacinas que fazem parte do calendário de imunização, incluindo a Meningo B, por exemplo, que só pode ser encontrada na rede privada e, não à toa, é recorde de vendas na região.  

Além das vacinas, a empresa oferece exames laboratoriais. Dentre os mais realizados em Campinas estão os de TSH, glicose, Vitamina D e hemograma completo.  

Só existe um tipo de meningite. 

MITO. A meningite pode ter diversas causas, dentre elas as infecções por bactérias, fungos e vírus. Em geral, as meningites bacterianas são preocupantes, sendo uma das principais a meningite meningocócica, que é causada quando a bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo) atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. 

O meningococo possui 12 tipos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns: A, B, C, W e Y. Quando observamos todas as faixas etárias, o sorogrupo de maior incidência no Brasil é o C. Já em bebês no primeiro ano de vida e crianças menores de 10 anos, o sorogrupo B é o principal causador da doença.  

A meningite meningocócica não é uma doença tão comum, mas é grave. 

VERDADE. A meningite meningocócica pode causar sequelas graves como perda auditiva, disfunções motoras e amputações e até mesmo levar ao óbito. Em 24 horas, a doença pode mudar o rumo da vida do paciente: a evolução rápida e a alta letalidade da meningite meningocócica são algumas das características mais preocupantes da infecção.  

A meningite meningocócica pode ser transmitida por gotículas respiratórias. 

VERDADE. O meningococo, bactéria que causa a meningite meningocócica, pode ser transmitido de uma pessoa para outra, por contato com gotículas ou secreções respiratórias através de tosse, espirro e beijo, por exemplo. 

A meningite meningocócica acomete apenas bebês e crianças. 

MITO. Apesar de acometer as crianças, principalmente as menores de 5 anos, a meningite meningocócica pode ocorrer em todas as faixas etárias. Além disso, até 23% dos adolescentes e adultos jovens podem ser portadores do meningococo e podem transmitir a doença mesmo sem adoecer, sendo chamados de portadores assintomáticos.  

Os sintomas iniciais da meningite meningocócica podem ser confundidos com outras doenças infecciosas. 

VERDADE. Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica — incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito — podem ser confundidos com outras doenças infecciosas. Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.  

A meningite meningocócica não tem cura. 

MITO. Se a doença for diagnosticada rapidamente e o tratamento adequado for iniciado, a maior parte dos pacientes podem se curar completamente. Entretanto, mesmo com esses passos, a meningite meningocócica tem alta letalidade e pode deixar sequelas. Se não for tratada, a doença é fatal em 20% a 30% dos casos e, dentre os sobreviventes, 10% a 20% apresentam alguma sequela como dano cerebral, perda auditiva ou amputação de membros.  

A vacinação é a principal forma de prevenção contra a meningite meningocócica. 

VERDADE. A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença. Atualmente, existem vacinas para a prevenção dos cinco sorogrupos ou tipos mais comuns no Brasil: A, B, C, W e Y. Nos postos de saúde, a vacina contra a doença causada pelo meningococo C é gratuita para bebês, com doses administradas aos 3 e 5 meses de idade, e um reforço aos 12 meses, que pode ser aplicado em crianças menores de 5 anos de idade.  

A vacina contra os sorogrupos A, C, W e Y também está disponível no PNI, mas apenas para adolescentes entre 11 e 12 anos. Nas clínicas privadas de vacinação está disponível a vacina contra o sorogrupo B. A recomendação é que sejam aplicadas duas doses, aos 3 e 5 meses, e mais um reforço entre 12 e 15 meses. Porém, estão disponíveis na faixa etária de 2 meses de idade a 50 anos. As clínicas privadas ainda oferecem a vacina ACWY, disponível a partir de 2 meses de idade. Idealmente, como rotina, essa vacina deve ser administrada aos 3 e 5 meses (em substituição à meningocócica C), um reforço entre 12 e 15 meses e depois a cada 5 anos até o final da adolescência, com o objetivo de ampliar a proteção contra o meningococo. 

Também há vacinas disponíveis para os outros tipos de meningite. 

VERDADE. Além do meningococo, a meningite também pode ser causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo), agente infeccioso da doença pneumocócica. O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza a imunização com a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) aos 2 e 4 meses, com uma dose de reforço aos 12 meses, que pode ser aplicada em crianças menores de 5 anos de idade. E, nas redes privadas, são encontradas a vacina conjugada 13-valente (VPC13), com esquema semelhante de doses da VPC10, e a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23), que é indicada para crianças acimas de 2 anos que possuam algum problema de saúde que aumente o risco para doença pneumocócica. 

Para as crianças com indicação clínica especial, a vacinação pneumocócica (13 e 23-valentes) está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) — unidades públicas com infraestrutura e logística para atender indivíduos com quadros clínicos especiais, tais como imunodeficiências, doenças crônicas, transplantados, entre outras condições. 

“Outro importante causador da meningite, além do meningococo e do pneumococo, é a bactéria Haemophilus influenzae tipo B, que também pode ser prevenida através da vacinação. Além destes, tuberculose, varicela e sarampo podem causar infecções do sistema nervoso central e também são evitadas pela vacinação. Outras formas para a prevenção incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos”, finalizou Meirelles.  

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