RMC terá comitê regional de enfrentamento à febre maculosa

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, propôs, na manhã desta sexta-feira, 16 de junho, a criação de um comitê técnico com as 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para enfrentamento à febre maculosa, durante reunião com prefeitos no Conselho da RMC, na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), no Jardim Chapadão, em Campinas. A reunião foi conduzida pelo presidente do Conselho da RMC e prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis.   “Na reunião da Região Metropolitana de Campinas propus a criação de um comitê técnico entre as secretarias de Saúde das 20 cidades que compõem a RMC, em especial às Vigilâncias Epidemiológicas, para discutir ações conjuntas de enfrentamento à febre maculosa”, disse o prefeito, Dário Saadi.    O prefeito destacou a importância de trabalhar em conjunto com as 20 cidades porque a região toda é endêmica, ou seja, tem a presença da bactéria Rickettsia, causadora da febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela, há mais de 20 anos. A proposta de criação do comitê foi aceita por todos os prefeitos da RMC, que contará com a participação, também, da Secretaria de Saúde do Estado.    “É fundamental que as ações de enfrentamento à febre maculosa sejam articuladas além dos limites do município, que seja de maneira conjunta. Somos uma região com cerca de 3 milhões de habitantes e é importante a união neste momento de enfrentamento a uma doença tão complexa quanto a febre maculosa”, ressaltou o prefeito.    Entre as ações, a serem executadas em conjunto entre as cidades, estão a capacitação de médicos e profissionais da saúde, para reconhecimento precoce da doença e o tratamento adequado para os casos suspeitos de febre maculosa, e a comunicação para alertar de risco de febre maculosa em locais em que já existiu a transmissão. 

Jundiaí tem sete casos suspeitos de febre maculosa

A Vigilância Epidemiológica de Jundiaí, cidade do interior do Estado de São Paulo, informou nesta quinta-feira (15), que o município investiga sete casos suspeitos de febre maculosa. Duas pessoas deste grupo estiveram em festas realizadas na Fazenda Santa Margarida, em Campinas, provável local de origem do surto que já matou quatro pessoas pela doença no estado nos últimos dias. Não há casos confirmados e nem pacientes internados, informou a prefeitura por meio de nota.

A administração não especifica em qual evento de Campinas as duas pessoas com suspeita da doença estiveram, se a Feijoada do Rosa, realizada em 27 de maio, ou no show do cantor Seu Jorge, em 3 de junho. Nos outros cinco casos investigados, as pessoas relataram que frequentaram recentemente áreas verdes de Jundiaí ou de outros municípios. Não há informações sobre o estado de saúde dos pacientes.

– O exame para a confirmação desses casos compreende duas amostras de sangue, com intervalo de 14 dias entre elas. Assim que emitido o resultado, havendo a confirmação de casos, a prefeitura manterá o princípio da transparência na divulgação das informações – informou a administração em comunicado.

Uma das quatro vítimas da febre maculosa, o piloto de automobilismo Douglas Costas, de 42 anos, morava em Jundiaí. Ele e a namorada, a dentista Mariana Giordano, morreram no último dia 8 de junho, 12 dias depois de frequentaram a festa Feijoada do Rosa, na Fazenda Margarida, no distrito de Joaquim Egídio (zona leste de Campinas).

Uma mulher de 28 anos, de Hortolândia, e uma adolescente de Campinas, de 16 anos, que estiveram no mesmo evento, também morreram pela doença. No momento, há outros dois casos em investigação de duas mulheres que frequentarem a mesma casa nos dias 27 de maio e 3 de junho.

A febre maculosa é uma doença causada por uma bactéria presente em alguns tipos de carrapatos (entre eles o carrapato-estrela), que podem ser encontradas em animais como capivaras, cavalos e bois. Os principais sintomas da doença são febre, dores de cabeça e manchas avermelhadas pelo corpo, que podem se manifestar em formas de erupções semelhantes às picadas de pulga.

De acordo com os dados da Secretaria da Saúde de São Paulo, o estado registrou, até o momento, 17 casos de febre maculosa e oito óbitos, em 2023 – quatro óbitos relacionados ao evento de Campinas. Em 2022, foram registrados 63 casos, com 44 óbitos confirmados; e, em 2021, foram 87 casos e 48 mortes confirmadas pela doença.

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