Supermercados temem aumento no preço da cesta básica com reforma tributária

Associação Brasileira de Supermercados (Abras) emitiu alerta para um possível aumento no preço da cesta básica com os impactos da reforma tributária, nesta terça-feira, 13, quando foi realizado um evento do setor em Brasília. O presidente da entidade, João Galassi, destacou aos empresários e jornalistas que a adoção do cashback na reforma pode gerar aumento de impostos nos alimentos que compõem a cesta básica. Galassi defendeu também a alíquota reduzida para a cesta básica. “Sabemos do problema da fome no Brasil. O relatório final da Reforma Tributária precisa garantir a presença definitiva da cesta básica, com alíquota reduzida, seguindo as melhores práticas internacionais. Não deve ser onerada e, independentemente de cashback, tem que ser uma cesta ampla para realmente promover a justiça social”, disse Galassi.

Motivo de debates do governo com a sociedade e em fase de formulação no Congresso Nacional, a reforma tributária poderá ser votada na primeira quinzena de julho, mas eventuais mudanças realizadas no novo relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) seguem sem unanimidade entre parlamentares. Entre as principais dificuldades estão as exceções, como os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). A adoção de um modelo de “cashback” tem entre os seus defensores o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Neste caso, haveria a devolução do imposto pago por determinados segmentos da população, com critérios de renda, gênero e raça, além de componente que estimule o consumo de produtos e serviços sustentáveis.

Para o debate sobre a cesta básica, o presidente da Abras destacou ainda a necessidade de ampliar o número de itens na cesta básica de produtos. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em abril de 2023, o custo da cesta básica da cidade de São Paulo foi o maior entre as 17 capitais, chegando a R$ 794,68, aumento de 1,6% em relação a março. Em comparação com abril de 2022, a preço diminuiu 1,2%. Nos primeiros quatro meses do ano, a alta é de 0,4%. Os novos itens estariam em consonância com demandas dos consumidores e das consumidoras. “O setor supermercadista, por exemplo, há anos luta para incluir absorvente íntimo, pasta e escova de dente e sabonete na cesta básica com redução de impostos. O país precisa avançar nesse sentido. Não adianta ter uma cesta básica com redução de impostos apenas com arroz e feijão”, avaliou.

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