Nível de abstenção no 2º turno, de 29,47%, é o maior desde 2000
Em São Paulo, não comparecimento superou o número de votos recebidos por Guilherme Boulos (PSOL); no Rio, os faltantes foram mais numerosos que os eleitores de Eduardo Paes, que governará a cidade pela terceira vez.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso divulgou, neste domingo, 29, a taxa de abstenção de 29,47% do eleitorado no segundo turno das eleições municipais. A taxa, também superior à registrada no primeiro turno (23,14%), é a maior desde 2000, quando a abstenção ficou em 16,2%. “O índice de abstenção no segundo turno – que tradicionalmente é superior ao do primeiro – foi de 29,47% com os números que tínhamos até agora faltando o estado do Acre. É um numero maior do que desejaríamos, mas é preciso ter em linha de conta que realizamos eleições em meio à pandemia que já consumiu 170 mil vidas, e as pessoas com temor, muitas por estarem com a doença, muito por estarem com medo”, disse Barroso em coletiva de imprensa.
Nas eleições municipais de 2016, a abstenção no segundo turno foi de 21,6%. Em 2012, de 19,11%. Quatro anos antes, em 2008, o índice foi de 18,09%. Em 2004, a taxa ficou em 14,12% dos eleitores, o equivalente a 17 milhões de pessoas. Neste ano, em razão da pandemia do novo coronavírus, havia a expectativa de que boa parte do eleitorado, com temor de ser infectado, deixasse de votar. Na capital paulista, maior cidade do país, por exemplo, 30,81% dos eleitores não compareceram. Em números absolutos, 2.769.179 eleitores se abstiveram, segundo informações do site do TSE. O número supera os votos obtidos por Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu mais de 2,1 milhões de votos. O prefeito Bruno Covas (PSDB) foi reeelito com 59,38% dos votos válidos (3.169.121 votos). No Rio de Janeiro, as abstenções também superaram os votos recebidos pelo candidato eleito, Eduardo Paes (DEM). Com 100% das urnas apuradas Paes teve 1.629.319 votos – as abstenções, por sua vez, foram 1.720.154.