Bolsonaro participa da celebração do bicentenário da Independência do Brasil no Distrito Federal
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa das celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil na manhã desta quarta-feira, 7 de setembro, em Brasília. Ele chegou ao local no Rolls-Royce presidencial de 1952 acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de crianças. Bolsonaro cumprimentou o público e autoridades presentes e acompanhou o hino nacional antes de se posicionar no palanque presidencial, onde fará um discurso. Este é o segundo desfile cívico-militar que o mandatário participa na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, já que o evento não ocorreu como de costume nos anos 2020 e 2021 por causa da pandemia da Covid-19. Além dele, chefes de Estado de três países de língua portuguesa – os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; de Cabo Verde, José Maria Neves; e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló – o vice-presidente Hamilton Mourão, ministros do governo federal e outras autoridades também comparecem. Bolsonaro também deve participar da celebração que será realizada no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, marcada para iniciar às 13 horas. A chegada do presidente na capital fluminense é prevista para 15 horas. Ele deve discursar tanto no DF quanto no RJ.
Diversas autoridades participam da comemoração dos 200 anos da Independência em Brasília nesta quarta. Entre elas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias Albano da Costa; e o ministro da Presidência da República de Moçambique para Assuntos da Casa Civil, Constantino Alberto Bacela. Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL-AL); e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, foram convidados para a cerimônia, mas não compareceram. Tanto Pacheco quanto Lira usaram as redes sociais para falar sobre a importância da data.
“As comemorações deste 7 de setembro, que marca 200 anos da Independência do Brasil, precisam ser pacíficas, respeitosas e celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de Direito”, escreveu o presidente do Congresso Nacional enquanto Lira citou conquistas a alcançar: “Há 200 anos, começava a nascer o Brasil de hoje,com um futuro de desafios, decisões difíceis mas necessárias e grandes conquistas a alcançar. O 7 de set de 200 anos atrás continua ecoando nas ações e nos compromissos de todos! O Brasil independente é sempre o q olha para frente”. Está presente ainda na celebração o coração de Dom Pedro I, que conservado em formol, há 187 anos, foi trazido da cidade do Porto, em Portugal, onde é guardado na igreja de Nossa Senhora da Lapa para as comemorações dos 200 anos da Independência. A relíquia é acompanhada por três autoridades portuguesas, além de um representante do governo brasileiro.
‘É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição’, diz Bolsonaro em Brasília
Após participar do desfile cívico-militar em Brasília nesta quarta-feira, 7, em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou em uma manifestação de apoiadores nos arredores da Esplanada dos Ministérios. Em seu discurso, o candidato à reeleição relembrou a trajetória de seu governo, criticou opositores e fez alusão às supostas interferências do Supremo Tribunal Federal: “A missão não é fácil, sabemos que é difícil, mas sempre tenho pedido a ele [Deus], mais que sabedoria, tenho pedido força para resistir e coragem para decidir. Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da constituição. Com a reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas”. Na sequência o presidente fez referência direta ao STF: “Muito feliz em ter ajudado a chegar até vocês a verdade e também demonstrado para vocês que o conhecimento também liberta. Hoje, todos sabem quem é o Poder executivo, todos sabem o que é a Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal, e também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”. Tal fala foi seguida de vaias do público.“Terra prometida. Brasil, um pedaço do paraíso. Alegria de ser brasileiro. Orgulho de ter nascido nessa terra. Cores preferidas? O verde e o amarelo. O nosso objetivo? A liberdade eterna. Tenho certeza, mais do que o oxigênio, a nossa liberdade é essencial para a nossa vida”, iniciou o presidente. Na sequência, Bolsonaro traçou parte da trajetória do Governo Federal: “O Brasil se encontrava, há poucos anos, atolado em corrupção e desmando. Demos uma nova vida a essa Esplanada dos Ministérios, com pessoas competentes, honradas e patriotas. Começamos a mudar o nosso Brasil. Veio a pandemia, lamentamos as mortes. Veio aquela errada política do “fica em casa que a economia a gente vê depois”. Enfrentamos também consequências de uma guerra lá fora. Quando parecia que tudo estaria perdido para o mundo, eis que o Brasil ressurge com uma economia pujante, com uma gasolina das mais baratas do mundo, com um dos programas sociais mais abrangentes do mundo, que é o Auxílio Brasil, com recorde na criação de empregos, com a inflação despencando e com um povo maravilhoso entendendo aonde o seu país poderá chegar”.
Em seu discurso, Bolsonaro também rejeitou a legalização das drogas e do aborto, sob a justificativa de que o Brasil tem maioria cristã: “Um país que defende a vida desde a sua concepção, que respeitas as crianças em sala de aula, que respeita a propriedade privada e que combate a corrupção para valer”. Ao falar sobre as eleições de 2022, o presidente disse que se aproxima uma “luta do bem contra o mal” e fez críticas ao Partido dos Trabalhadores: “Um mal que perdurou por 14 anos no nosso país, que quase quebrou a nossa pátria e que agora deseja voltar á cena do crime. Não voltarão! O povo está do nosso lado, o povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer. A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro”. Em seguida, o presidente convocou seus apoiadores para que convençam eleitores e exaltou sua esposa, Michelle Bolsonaro: “Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras damas. Não há o que discutir. Uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida. Não é ao meu lado não, muitas vezes ela está na minha frente”.
O candidato à reeleição também criticou as pesquisas eleitorais, em especial o Datafolha, que apontam para a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas: “A voz do povo é a voz de Deus. Todos nós mudamos, todos nós nos aperfeiçoamos. Todos nós poderemos ser melhores no futuro. Muito obrigado meu Deus, por mais esse momento junto com o povo aqui na Esplanada dos Ministérios. Nunca vi um mar tão grande aqui com as cores verde e amarela. Aqui não tem a mentirosa Datafolha, aqui é o nosso ‘datapovo’, aqui há verdade, aqui há vontade de um povo honesto, livre e trabalhador”. No encerramento, Bolsonaro agradeceu a presença dos apoiadores e finalizou com o slogan de sua campanha em 2018: “Tenho certeza que juntos, em outubro, daremos mais um grande passo para o futuro do nosso país e das nossas famílias. Muito obrigado a todos vocês pela oportunidade, pela confiança, pelo carinho e pelo calor. A recíproca é verdadeira. Muito obrigado mais uma vez e até a vitória! Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.